2017 - CICLOVIAGEM PATAGONIA


Cicloviagem Patagonia

Um desafio , uma aventura, novas experiências e muita história em mais de 90 dias de viagem de bicicleta, saindo de Bariloche e chegando além do Ushuaia.
Há pouco mais de 10 anos começamos a viajar de bicicleta. Inicialmente eu , a regina  e mais alguns amigos fazíamos pelo menos uma grande viagem por ano, grande em distancias mas curta em tempo, geralmente de 15 a 20 dias.  O tempo foi passando e não sabíamos mais fazer outra coisa a não ser viajar de Bike, porém como todas as pessoas usávamos nossos períodos de férias para isto. Em 2016 resolvemos que teríamos que mudar nossas vidas, encerramos nossas atividades comerciais e nos aposentamos partindo para a nossa primeira grande cicloviagem. Fizemos um percurso de 4400 km em três meses partindo de Roma e chegando em Lisboa. Foi uma experiência incrível e descobrimos que quanto  mais se fica na estrada, mais se quer ficar. Retornamos para  casa carregando incrível experiência e inspiração para novos desafios. Ai entra a cicloviagem patagônia, diferentemente da cicloviagem roma a Lisboa, sabíamos que na patagônia teríamos que enfrentar adversidades muito maiores, que teríamos que suportar desafios ainda não experimentados em outras viagens. Começamos os preparativos e a viagem foi definida e planejada com um bom grau de detalhes afim de amenizar possíveis intercorrências e stress desnecessários. Incluímos em nossa programação a realização de trekkings em todos os locais que julgamos dignos de serem vistos e vivenciados. Ainda incluímos a participação de mais três amigas em nossa cicloviagem, sendo que duas, Dora e Katherine chegariam ao nosso encontro na cidade de El Chaltén , 45 dias depois do nosso início, e a Elisa que chegaria em Punta Arenas no dia primeiro do ano novo.
Foram 92 dias desde a saída de Bariloche até terminar o ultimo dia em Ushuaia, percorremos 2875 km de bike, 255km de trekking, visitamos parques, rios , lagos  e montanhas de norte a sul da patagônia, conhecendo muito bem a fauna e a flora, encaramos os desafios do frio e do vento patagônico,  desfrutamos das mais belas paisagens durante todo o tempo em que viajamos.

Assim foram os nossos dias.
video alguns momentos
⏩momentos

videos dientes de Navarino ( 5 etapas)
⏩ PARTE 1
⏩ PARTE 2
⏩ PARTE 3
PARTE 4
PARTE 5


NARRATIVA DIA A DIA 


19/10/17 – A Partida  - São Paulo a Barilhoche

cesar e regina
Embarcamos no Aeroporto Internacional de Guarulhos ,São Paulo , e pela primeira vez pagamos para despachar as Bikes ,  us$ 50,00 cada bike. Fizemos conexão em Buenos Aires, despachamos novamente as bikes e malas sem custo adicional. Em Bariloche, no aeroporto foram quase duas horas para preparar as bikes para seguir os 15 km até a cidade.  Logo na saída encontramos um cicloturista  Taneli Roininen .(yonebikefishing ,)  que viaja há três anos e esta seguindo rumo ao Alasca.
Na saída do aeroporto , ventava muito e fazia muito frio, a noite 8 graus, sensação de 3graus.
Em Bariloche, ficamos no Hostel Phoenix, (US$ 53,00 casal)que não era la grandes coisas mas tivemos um bom atendimento dado pelo sr Richard.

Geralmente em nossas viagens , fazemos a reserva antecipada da hospedagem da  chegada e na da partida, isso ajuda amenizar a ansiedade comum nestas datas,mesmo dos viajantes mais experientes . 


20/10/17 - folga em Bariloche

Café da manhã simples, pães, doce leite, geleia ,  manteiga, sucrilhos, yogurte,  chá e café.
Dia de fazer cambio de moedas, troquei uS$ 800 em pesos argentinos (1us$ = 17,65 AR)

Passeio pela cidade, ver lojinhas e produtos de aventura. Compramos um novo fogareiro ,era um bom preço e seria necessário quando as meninas chegassem ( AR 570 incluso o Gaz)

Vamos adotar uma simbologia para identificar Pesos Argentinos e Pesos Chilenos , AR e CL respectivamente, assim quando informarmos valores poderão converte-los ao dólar ou ao real . Convém saber que existe boa variação na cotação em função dos aspectos econômicos e geográficos. No caso do peso Argentino sentimos uma grande desvalorização devido a inflação corrente na argentina, começamos trocando moeda na base de 17,65  AR por cada dólar americano ( 1 US$) e acabamos no final trocando na base de  19,00 AR por um dólar. No caso do Peso Chileno ( CL)  , começamos trocando na base de 650 CL / 1 US$ , e no final 600 CL / 1 US$ , isso devido a situação geográfica principalmente. Cabe também lembrar que é muito mais conveniente fazer a troca de dólares ou Reais por pesos nos respectivos países , evitar fazer a troca da moeda no brasil , ou de pesos chilenos na argentina e vice versa.


21/10/17 – inicio da Cicloviagem - Bariloche a Rio Villegas ( camping Cohuin-Co) 69,60 km

Saindo de Bariloche rumo a Ushuaia teríamos  80 dias para vencer os 2875 km planejados cuidadosamente e transferidos para um guia que nos acompanharia por toda a viagem. Começamos com um pedal tranquilo, vento levemente a favor em pouco mais de três horas as  já estávamos na Vila Mascardi destino previsto para o primeiro dia . Em Vila Mascardi  basicamente encontramos um posto de gasolina e de conveniências . Sem muito o que fazer no local , resolvemos seguir em frente e alcançar o destino do segundo  trecho da programação, Rio Villegas. Quando fizemos a programação consideramos distancias na média de 50 km por dia, pois sabemos que esta distância geralmente pode ser cumprida mesmo com terrenos mais difíceis, assim quando somos favorecidos pelo terreno e altimetria, conseguimos ultrapassar nossos objetivos  ampliando as distancias percorridas e revertendo estes ganhos em dias de folga.


villa Mascardi
Em todo o trajeto tivemos  um panorama muito agradável , com muita vegetação e montanhas nevadas além dos  lagos Gutierrez, Mascardi e Guilhermo que contemplaram o caminho. Pedalamos até vila de rio Villegas onde tem o camping Cohuin-co  situado um pouco antes da vila Rio Villegas. Neste dia, havíamos pensado em  visitar o cerro Tronador pois a entrada fica no caminho próximo a vila Mascardi, contudo resolvemos deixar para uma outra oportunidade. Acampamos bem ao lado do rio Villegas, uma boa área, e nesta primeira noite de camping o termômetro registrou 0,1 graus.


22/10/17 – Rio Villegas a el Bolsón ( Dormi – camping la Chacra ) 59,93km

Começamos com uma boa subida, mas o vento favoreceu e depois quando o vento virou era descida o que nos ajudou a desenvolver muito bem o pedal. Paramos para tomar um chocolate quente em El Fayel  para esquentar os ossos, estava muito frio nesta manhã.
Chegamos em El bolsón e ficamos no Dormi do Camping La Chacra, sra Deli simpática senhorinha que nos cedeu uma garrafa elétrica para aquecer água. Saimos para conhecer a cidade, e entramos em algumas lojinhas, em especial a loja  PMX aventura do Sr Hector e Sra Leda e Na Extremo Outdoor da sra Silvana Cerella que nos deu muitas dicas e orientações sobre roupas ( Ansilta principalmente). Jantamos uma sopa , queijo e salame com chá.



23/10/17 – Trekking em El Bolson  - El Bosque Tallado  ( 2,7 km )

escultura  em El Bosque Tallado
Dia de folga, acordamos as 9:30, e estava 10 graus, com previsão de chuva. Mesmo assim resolvemos ir visitar o “El Bosque Tallado”, que fica a uns 10 km da cidade no cerro Piltrictron . Pegamos um Taxi ( 900 AR)  e seguimos até o parque. Do estacionamento onde o taxi ficou nos esperando foram 1000 mts subindo até a entrada do bosque e mais 350 mts até um  refúgio que se pode abrigar .Neste parque a visitação é Gratuita  e a estada no refúgio também , porém fica sujeito a disponibilidade de vagas.
 No bosque , que estava nevado, pudemos apreciar muitas esculturas entalhadas em madeira , além da vista panorâmica de el Bolsón. Ao retornar do Bosque , resolvemos comprar algum item para prevenir do frio, a principio íamos  comprar camiseta e calça primeira pele , mas achamos melhor esperar e ver os preços no chile, acabei comprando só um par de luvas e meias ( us$ 30 ).



24/10/17 – el bolsón a cholila – Hospedagem  Cumelen Hueñui  -80,74

Logo cedo , ainda no Camping, conheci o Ross, um inglês que morou na Colombia ,esta há 8 meses descendo para o Ushuaia. Saimos com destino a Epuyen , seria nosso destino neste dia, contudo após 40 km ainda eram 13:30 hs e já havíamos chegado. Paramos num Posto de gasolina que tinha uma lanchonete e resolvemos tomar um chá e comer nosso lanche. Lá conhecemos a Australiana que saiu do Ushuaia e vai até o Alasca ( mochilando ). Após um bom tempo de descanso e bom papo com a garota, seguimos para Cholila . 38 km com bom vento a favor, pedal tranquilo e com paisagens lindas, pra variar. Em meus apontamentos deveríamos encontrar um Albergue da Juventude em Cholila, contudo não encontramos nada, a não ser uma hospedagem indicada por um morador


vista de Cholila

.25/10/17 - Cholila até camping francês ( parque Los Alerces) 55.30km

Saímos pensando em acampar no camping los Arraianes há 45 km já no  Parque Nacional Los Alerces. Aqui deixamos a ruta 40 e entramos na ruta 71 toda em Rípio, seguimos margeando  o rio Carrileufu , passamos pela vila Rivadavia as margens do lago de mesmo nome e entramos no parque nacional Los alerces. Chegamos na  Passarela del rio Arrayanes e não encontramos o camping Los arrayanes , continuamos até alcançarmos o lago Futalafiquen , que passou a ser presente em nossas vistas até o termino do trajeto deste dia. Existem varios campings pelo caminho, mais todos estavam fechados pois ainda era baixa temporada. Acabamos seguindo até o Camping Frances, é gratuito porem não tem estrutura, num local conhecido como Punta Mato nas margens do lago Futalafquén .  Chegamos já eram mais de 18hs, mas o local valeu muito, pois a área de camping era boa e local muito bonito. Tinha até uma fogueira ainda quente que pudemos alimentar e revigorar seu fogo. Estes dias de viagem em geral todos tivemos tempo frio, as vezes com sol  as vezes chuvoso durante o dia,  e com temperaturas na faixa de 5 graus a noite.
lago Rivadavia

lago futalafiquen
26/10/17 -  camping Frances a Trevellin –( Cabana La Señalada ) - 65,64km

Saímos do camping as 11 hs, e seguimos pensando  em ficar em Futalafquen, mas para surpresa, Futalafquén é um centro de informações turísticas, não tem local para hospedar exceto restaurante que estava fechado. Pretendiamos ficar por ali, então voltamos na estrada em busca de algum camping aberto, e não encontramos nenhum, exceto o camping das Rocas aberto, mas abandonado. Encontramos uns caras estranhos num furgão que também procuravam abrigo....eram meio sinistros...almoçamos ali mesmo, e seguimos para Trevelin, chegando as 18:30 na cidade. Procuramos hospedagens e todas estavam muito caras, acabamos contratando uma cabana por dois dias custo benéfico bom ( 700 AR dois dias) . Fui a um mercado próximo e fiz a compras do jantar e café da manhã.


ruta 71 
27/20/17 -  folga em trevelin

 Após o café da manhã fui até uma bicicletaria para regular o cambio e trocar um parafuso  que havia espanado,  o mecânico foi gentil forneceu o parafuso e regulou sem custo....... Fui até a informação turística para saber sobre uma atração que é a plantação de tulipas,  Tulipanes, e vi que  fica no caminho de nossa viagem para Futaleufú então deixamos para visitar no dia seguinte. Aproveitamos para descansar, e visitamos as casas de chá  que oferecem um tipo café colonial com muitos doces e guloseimas por  280 AR por pessoa . Ficamos tentados mas vendo o cardápio concluímos que valia muitos mais passar em uma panaderia e comprar as guloseimas em maior quantidade e a um preço bem inferior  e irmos fazer nosso chá na cabana.  Com 170 AR para os dois, economia de 390 AR , fizemos uma super compra que deu para o cha da tarde  e sobrou para o dia seguinte. 





28/10/2017 -  Trevelin ( Tulipanes )  a Futaleufu (hospedagem da Guilermina) 55,55km

Saimos as 9:00  , seguimos por  4 km em asfalto, depois começou o rípio  e foram mais 10 km  até a entrada dos tulipanes. Pagamos 100 AR por pessoa para visitar a plantação de tulipas, uma visita inesperada um visual magnifico e interessante.Seguimos rumo ao chile, e por volta das 14:30 chegamos na aduana argentina que fica 40 km de Trevellin. Deixamos a Argentina e mais 500mts chegamos na aduana Chilena, onde demoramos  mais de uma hora para fazer os tramites. Nesta aduana o carabineiro quis inspecionar a Bike, colheu o numero de série e fez um documento de entrada da mercadoria no pais. Liberados foram mais 10 km de um bom asfalto até chegarmos em Futaleufú. Logo na entrada avistamos uma hospedagem e  foi nela  que ficamos. Chegamos em baixo de chuva que continuou a noite toda.
Tulipanes
  .

bariloche a futaleufu


29/10/2017 - folga em Futaleufu.  Devido a chuva , resolvemos tirar o dia de folga e não fazer nada inclusive as refeições que contratamos as da hospedagem.( café 3000cl, almoço e janta 4000 cl   cada  ) .



futaleufu


30/10/2017  - Futaleufu a Puerto Ramirez  (hospedagem da Alicia) 50.38km

Deixamos a hospedagem fomos ao banco trocar moeda e aproveitamos para comprar o cobertor extra que havíamos visto em uma lojinha. Seguimos para Puerto Ramirez em um bom Rípio. Passamos pelo lago Loconao e depois margeamos o rio Futaleufu, o rio das corredeiras. As 15:30 , em baixo de uma chuvinha, chegamos em Puerto Ramirez, e lá procuramos a casa da irmã do Orlando , marido da dona Guilhermina de Futaleufú, porem não encontramos e acabamos ficando na hospedagem da Alicia. Assim que chegamos procuramos saber se ela poderia fazer o jantar, e contratamos um Polo com Papas e Ovos, por 5000 CL o prato. Aproveitamos e compramos um vinho 120 blanco ( tetrapac) , uma delícia rsrs...
riacho com água de degelo


31/10/2017 -  Puerto Ramirez a Santa Lucia ( hospedagem do Isidro) 29.64km

Em baixo de uma leve chuva fizemos esse trajeto em menos de três horas, apesar da alta ascensão e rípio. Chegando em santa Lucia, na entrada da cidade fomos abordados pelo sr Isidro , que nos ofereceu sua hospedagem.  Considerando que o valor estava dentro do padrão ( 10000 CL por pessoa) resolvemos ficar, mesmo não tendo gostado muito das instalações. A vantagem é que ficamos num grande quarto, com varias camas e só para nós, e a desvantagem é que na hospedagem haviam vários operários hospedados e congestionaram a sala, cozinha e banheiros. Fui ao mercado e comprei uma chuleta e a fizemos no forno como concentimento do Isidro, ficou muito bom e deixou a  hospedagem com um aroma que pelo jeito não havia Há muito tempo. A cidade não passa de uns quarteirões , com poucos atrativos mas com uma tipica igreja que lembrou muito aquelas que vimos na ruta das igrejas na ilha de Chiloé  em nossa cicloviagem de 2015.

Villa Santa Lucia -  Carretera Austral


01/11/2017  - Santa Lucia a La Junta.( hospedagem tia Lety) 69.35km

Acordamos cedo, pois hoje pretendíamos pedalar uns 70 km. O  sr Isidro não preparou nosso café da manhã conforme combinamos no dia anterior, então usamos os nossos suprimento e saímos sem muita conversa. Começamos o pedal e para nossa surpresa era asfalto. Foram 32 km de asfalto até reencontrarmos o rípio. Seguimos achando que teríamos mais 38 km de rípio pela frente, mas não, foram só 23km e depois novamente asfalto, muito bom. Neste dia , quase chagando em La Junta, conhecemos um cicloturista que acabava de partir  de la Junta  rumo a Pucon, e a  coincidência é que ele havia hospedado em sua casa os amigos cicloturistas Ana e André do blog  ¨pedarilhos”  . Chegamos em la junta e procuramos uma hospedagem, encontramos a hospedagem Tia Lety muito boa e charmosa, mil vezes melhor que a anterior. Acabamos contratando o jantar, que foi algo diferente do de costume, um prato especial de acelga com batata ovos e salsa branca.
ponte sobre Rio Palena

02/11/2017 -  La Junta a Puyuhuapi ( Hospedagem Ensenada) 49.05km

Logo na saída uma surpresa, dois cães começam a seguir-nos. Nos primeiros metros já achei que iriam desistir, mas os quilometos foram passando e passando e quando já tínhamos percorrido 10km, achei que teriam ficado para traz. Engano meu, quando vi, além dos dois , um preto e um branco, tinha chegado um terceiro branco e preto. Ai foi um pedal voltado ao acompanhamento dos cachorros, que há essa altura já tinham até nome, bambobil, negão e corintiano ,  que nos seguiram tranquilamente em 28km  de asfalto e 21km de rípio até puyuhauapi.
Em Puyuhuapi, procuramos o posto de informações turísticas, onde fomos atendidos de forma esplendorosa pela Stefani que nos indicou um bom restaurante com bom preço. Explicamos a ela o caso dos cachorros e ela se prontificou a fotografa-los e colocar um anuncio no facebook afim de localizar os donos. Depois fomos aos carabineiros, e estes nos informaram que nada poderiam fazer a respeito.  Nesta altura, estamos passeando pela cidade com três cães forasteiros e em determinado momento estávamos rodeados por mais de 10 cães da cidade.  Fomos para o resturante e camping Getzemani da sra Sarella  indicado pela Stefani, e lá almoçamos um salmão e uma merluza deliciosos.  Depois fizemos uma marmitinha para os cachorros e fomos para a hospedagem Ensenada da Lidia amiga da Sarella.Quando fomos dormir, os três cães ainda estavam na porta do lado de fora da hospedagem.


Carretera Austral
Restaurante Getzemani

03/11/2017 -  Puyuhuapi a Parque Nacional Queulat.  ( camping pque nacional 22km)

Pela manhã a surpresa foi que um dos cães, o negão havia sido resgatado pelo dono, resultado da campanha feita no facebook. Seguimos em direção ao parque, e após 8km visitamos as termas de Puyuhuapi, um pequeno complexo de aguas termais , privado, cujo valor de 30.000 cl não valia a pena pois teríamos pouco tempo para usufruir, então seguimos mais 6 km e tivemos que pegar uma balsa para desvio pois a estrada estava sendo restaurada e não havia passagem nem para bike. Neste ponto conseguimos deixar os cães, que não puderam embarcar. Após uma curta travessia, uns 2 km,  retomamos o caminho para o parque, mais uns 6km e chegamos. Entramos no Parque Nacional Queulat onde ficamos acampados em um camping com boa estrutura. Pagamos 5000 cl por pessoa para entrar e mais 5000 cl por pessoa para acampar.Neste dia saímos explorando os miradores mais próximos, de onde já pudemos avistar o Ventisquero Colgante , acabamos conhecendo  um casal de Santiago, CL,  Conrad e Denise que nos deram boas dicas sobre Puerto Tranquilo um de nossos destinos no futuro.


termas de Puyuhuapi

04/11/2017 – trekking no Parque Nacional Queulat.

Um dia para descansar, e ir visitar mais de perto o ventisquero colgante, uma trilha de 3,5 km com pouca dificuldade nos levou ao mirador mais próximo. No caminho conhecemos o Kevin de La Junta , CL, caminhamos juntos até o ventisquero e tivemos a oportunidade de aprimorar o espanhol pois conversamos muito. 
Depois de ficar alguns minutos admirando o ventisqueiro retornamos para o camping. Antes de chegar encontramos com a Teresa , uma brasileira , baiana que mora no Ushuaia. A Teresa estava no inicio de uma grande aventura, mochilando do Ushuaia até a Bolivia era seu objetivo, desafiador para uma pessoa que depois de criar seus filhos, separada,  resolve se libertar para o mundo.


Ventisquero Colgante
05/11/2017 -  Parque Nacional Queulat a Vila Amengual.(hospedagem residencial el passo ) 72.56km

Hoje era um dia de grande expectativa pois sabiamos que teriamos  que enfrentar uma grande subida. Os primeiros 22 km foram de uma exuberante beleza pois a estrada segue margeando o Fiordo (*) Queulat . Começa então nossa escalada, são 9km com mais e 600 mts de ascensão, isso em rípio é realmente desafiador.
Saímos as 9:30 hs e depois de 4 horas já tínhamos vencido a montanha, ai paramos para o almoço. ( cup noodles).  O destino previsto neste dia era Puerto Cisnes, fora do rota principal, mas quando chegamos na bifurcação (55km) resolvemos seguir direto pata Vila Amengual. Deixamos para traz a vila de Puerto Cisnes e com isso ganhamos um dia de viagem. Chegamos as 18hs, e procuramos a casa do ciclista, encontramos mas não ficamos. A casa estava sendo preparada para receber os cicloturistas, mas ainda estavam muito precárias as instalações, então resolvemos procurar uma hospedagem.
Neste dia conhecemos Jan e Marta da suíça, viajam a 3 anos de Motor Home. 
(*)Um fiordo é uma estreita entrada de mar formada pela inundação de um vale escavado ou entalhado por ação dos Glaciares.
vista do Fiordo Queulat
06/11/2017 -  Vila Amengual a Vila Manihuales (Hostel Manihuales) 63.71km

Um dia sem novidades mas com paisagens lindas e apesar das subidas foi tranquilo num bom asfalto.
Chegamos por volta das 14 horas, almoçamos em um pequeno restaurante e depois saimos procurando a casa do ciclista, citada em livros de outros cicloturistas. Depois de muito procurar soubemos que a casa de cicloturista tinha fechado há dois anos atrás.  Começamos a procurar Hospedagem porém uma única aberta que não gostamos pois não poderíamos usar a cozinha, então saímos em busca de outra. Encontramos o Hostel Manihuales mas também fechado, porém um vizinho se ofereceu para chamar proprietário, Sr Carlos , na outra rua onde ele tinha um comércio. Foi uma excelente estada pois o Hostel possuia ótimas instalações e pudemos descansar e lavar nossas roupas sem maiores problemas.
Carretera Austral


07/11/2017 -  folga em Manihuales

Dia para realmente não fazer nada, exceto passear pela pequena cidade e fazer umas comprinhas. Aqui encontrei uma jaqueta da North Face , (xing ling) , só 30.000 cl , 
acabei comprando. Entramos em uma lojinha, mini mercado carretera austral,  a procura de roupas para o frio e acabamos conhecendo a sra Carmem Lucia, dona do estabelecimento, com quem acabamos fazendo um boa amizade com muitas conversas e brincadeiras. Como não concluímos se compraríamos alguma coisa ela acabou nos presentiando  uma boina e um gorro de lã , foi muito especial.
Carmem Lucia 



08/11/2017 – Manihuales a Puerto Aysen ( apart hotel - Marcela....) 66.67km

Saimos as 9:20 e as 15:00 hs ja estavamos em Puerto Aysen. Foram 14km até a bifurcação para quem vai a Puerto Aysem ou para  Coihaique. Para Coihaique seria a continuação da carretera austral, por rípio, e para Puerto Aysen pegamos a Y-240 que segue margeando o rio Manihuales em um caminho todo em asfaltado e bem movimentado. Em Puerto Aysen tivemos dificuldade em achar uma hospedagem com preço acessível, acabamos encontrando um apart hotel com preço o que valeu a pena , pois lá estávamos em uma casa , podendo cozinhar e lavar roupas.
Nossa ida para Puerto Aysen tinha la seus motivos,  pretendíamos fazer o tour do glacial San Rafael localizado no Campo de Hileo San Valentinque cuja excursão  parte de Puerto Chacabulco há 15 km dali. Contudo estivemos investigando os preços do Tour e achamos muito elevado, uS$ 260 por pessoa ,  concluímos que não faríamos o Tour , mas  iriamos conhecer Puerto Chacabuco no dia seguinte.

Ruta Y240


09/11/2017 - passeio a Puerto Chacabuco ( 30 km)

Saímos as 11:30 hs, de bike e sem bagagens que é muito bom. Com o tempo fechado e muito frio chegamos em baixo de chuva e tivemos uma triste surpresa, não tinha nada para ver. A cidade não tem nem uma pracinha na beira do canal onde ficam as embarcações para podermos sequer fazer uma foto.
Resolvemos ir até o Hotel Loberias del Sur, este detem o monopólio da excursão para o Glacial san Rafael. Fui colher informações e me certificar dos valores, foi quando deu uma vontade de gastar uns dolares a mais, pois a excursão tem mais de 10 horas e inclui alimentação e bebida a vontade.
Mas não foi desta vez, pois haviam vagas só para 3 dias depois o que comprometeria nosso cronograma. Retornamos a Puerto Aysen , e fomos direto para o apart hotel descansar , preparar o jantar e dormir.


Puerto Chacabuco
10/11/2017 -  Puerto Aysen a Coyhaique ( hospedagem da Nina) 71.88 km

Saimos pensando em dormir em algum um camping no parque Nacional Rio Simpson, porém descobrimos que não existe o parque e sim a Reserva Natural Rio Simpson então acabamos seguindo até Coyhaique mesmo tendo encontrado, depois 37 km, um camping com boa estrutura. Saindo de Puerto Aysen , foram 20 km até a bifucaçao para ruta y-240 que nos levaria a Coyhaique por um caminho simplesmente incrível , o vale do Rio Simpson, passando pela Reserva Natural . Este caminho apesar de sair da carretera Austral , traz uma paisagem deslumbrante e por ser asfalto se torna mais fácil o pedal e acabamos curtindo um pouco mais. Passamos logo no começo pela formação rochosa chamada cabeça del índio, depois pela 
cascata de la virgem . Grande parte do percurso foi margeando o rio Simpson o que torna ainda mais bonito e agradável o pedal. Bem próximo a cidade chegamos em um mirador de onde se avista todo o vale e a cidade de Coyhaique. Aqui sentimos a força do vento patagônico, mau conseguíamos ficar de pé . Chegando em Coyhaique fica a entrada do parque nacional porem estava encerrando o horário de entrada e o camping não estava funcionando, então seguimos para a cidade em busca de outro camping.
 Não encontramos o camping e acabamos ficando em uma hospedagem.  Saímos para jantar, procuramos uma pizzaria e encontramos a Mama Gaucha, famosa pela cerveja artesanal , porem tinha mais de uma hora de espera o que para nós é inconcebível, saímos em busca de outro restaurante e encontramos próximo dali um onde pudemos experimentar o prato regional , a Pichanga , que já havíamos conhecido em uma viagem anterior na Ilha de Chiloé. O dono do restaurante, que usava um boné com a bandeira do Brasil, assim que ide
ntificou nosso idioma veio até nós e passamos um bom tempo na prosa.



res. nac. rio simpson
vale rio simpson
11/11/2017 – folga em Coyhaique

Saimos para fazer cambio de moeda e depois seguimos em direção ao Parque Nacional Coyhaique. Andamos mais de 2km e ainda faltavam mais uns dois até a portaria quando resolvemos voltar e não ir até o parque. Passamos por uma rotisserie e acabamos almoçando lá mesmo, foi o local onde menos gastamos para fazer uma boa refeição ( gastamos 5000cl para os dois ). Saindo do almoço começa a chover e quando atravessávamos a praça houve um incidente, a regina escorregou e torceu o joelho,  parecia que a coisa ia complicar nossa viagem, mas foi mais o susto .



12/11/2017 – folga em Coyhaique

Mais um dia para não fazer nada, mas como de costume saímos andando e fomos conhecer a  Pedra Del Indio, uns  3 km do centro. No caminho fica o
 camping que havíamos procurado no dia que chegamos. Voltamos para almoçar e resolvemos experimentar o famoso cordeiro patagônico, pedimos um prato para dividir e acabamos achando que não valeu a pena, pois gastamos 18.000 cl e não comemos quase nada  e  logo tivemos fome novamente.  Também fizemos um passeio pelas lojas, e acabamos entrando numa loja  Doite, especializada em aventuras. La  a regina comprou uma camiseta primeira pele própria para o frio.
pedra del indio




Futaleufu  a  Coyhaique


13/11/2017- Coyhaique a camping Laguna Chiguay  - 58.86 km

Um dia de muitas variações de tempo , com vento, chuva, frio e até sol de vez em quando. Pedalando pelo rípio foi um dia duro até chegarmos no camping Laguna Chiguay  que praticamente abre as portas para a Reserva Nacional Nacional Cerro Castillo.
Esta reserva com mais de cem mil hectares, possui uma enorme diversidade na fauna e na flora, oferece em particular senderos estruturados com campings possibilitando uma aventura mais segura e confortável. Ainda é detentora da maior colonia de Huemules ,um cervo próprio e exclusivo dos Andes Australes  e que se encontra com  risco de extinção. Tivemos a oportunidade de estarmos bem próximos de um destes , percebendo que estão já bem familiarizados com os humanos.  
No camping conhecemos o italiano Sergio Invernizzi, de Bergamo , que vem pedalando desde Puerto Mont e vai ao Ushuaia. Seu percurso não será pela carretera Austral até O Higgins, irá pelo passo Ingeniero Ibáñez e seguira pela ruta 40 na argentina. 


Laguna Chiguay-  Res. Nac. Cerro Castillo


huemul

14/11/2017 – camping até Cerro Castillo – ( cabana sra Marysa e Juan)  - 38,74km

Madrugada gelada, acordamos estava  3 graus, muito frio, tomamos nosso café e levantamos acampamento. O tempo começou a melhorar e por volta das 13 horas já tínhamos sol e uma temperatura mais agradável. No caminho conhecemos um jovem casal , Oliver e Zoé , ele belga e ela holandesa, que vinham cicloviajando há 8 meses desde a europa e pretendiam ir ao Ushuaia. Junto com eles o sr Patric, também belga , em uma aventura de 24 semanas desde Quito , Equador. 
Chegamos as 16:00 horas em Cerro Castillo, fomos verificar o camping mas pelo valor valia apena ver uma hospedagem   pois estávamos querendo uma cama.  Saindo do camping, logo fomos abordados pela sra Marysa que nos ofereceu sua cabana. Negociamos o valor e concluímos que valeria a pena ficar por ali mesmo devido o conforto que teríamos. Fomos as compras e preparamos um ótimo jantar regado a um bom vinho tinto.


Cerro Castillo

15/11/2017 – trekking Cerro Castillo


Muito vento e frio fizeram com que o acesso ao cerro pelo caminho que chega a uma  laguna estivesse  demasiadamente perigoso, então por sugestão do sr Juan , esposo da Marysa, nós deveríamos fazer um trekkig que subisse a montanha pelo lado esquerdo ,  e não pela frente  como pretendíamos. Acatamos a sugestão e ganhamos uma carona até o inicio da trilha , 10 km desde a cabana, que por acaso fica em uma propriedade do casal, chamam de casa do campo. Começamos a caminhada foram 7 km em 4 horas até chegar no topo onde pudemos avistar todo o vale. La há ....mts de altura havia muito vento, chuva, neve e frio....tudo mesmo,  não seguimos até a laguna pois realmente o forte vento. Retornamos em 2,5 horas até a casa de campo do Juan pensando em conseguir uma carona de volta. Quando chegamos ele não estava, então resolvemos ir caminhando. Depois de 2 km  fomos resgatados pelo Juan que aproveitou a carona e nos levou até  a bifurcação para vermos a estrada que nos levaria, no dia seguinte, ao caminho do parque de Las manos .............Depois chegamos em nossa cabana e como de praxe fui as compras para prepararmos nosso jantar, café da manhã e lanche de viagem.


16/11/2017 -  Cerro Castillo a  Puerto Tranquilo ( parcial 30 km )
Sabíamos que iriamos ficar em algum lugar pelo caminho, após 2 km entramos no acesso que nos levaria até as ruinas de Las Manos , porem logo no primeiro quilometro vimos que seria muito desgaste uma vez que o caminho estava muito ruim e o vento  contra nos derrubando da bike. Retornamos para a estrada principal e seguimos em direção a Puerto Tranquilo. Estava realmente difícil pedalar, subida muito forte, rípio horrível e vento louco.....para completar começou a chover e esfriou muito. Depois de quase 30 km e já tínhamos enfrentado mais e 800 metros de ascensão e somados as dificuldades do que o tempo impunha  resolvemos que deveríamos arrumar um local abrigado para descansar. Poucas opções de casas , todas fechadas, foi quando avistamos um pequeno barraco as margens do rio Ibañez em um espaço que ainda estava  sendo cercado, só havia a porteira indicando que ali era um local privado. Tratava-se de um portinho com um barraco ao lado de uma engenhoca, tipo uma tirolesa , que servia para fazer a travessia de uma margem a outra do rio. Estava bem sujo o barraco, mas nada que não pudéssemos resolver....mãos a obra, demos uma geral e forramos com plástico deixando o local pronto para ser usado com certo conforto , pois abrigava nos do vento e da chuva. Logo que chegamos, ainda estávamos inspecionando o local  foi quando apareceu o cicloturista  Jean Collin , Frances que partiu de
Puerto Mont e chegaria também ao Ushuaia. Convidamos o Jean para se abrigar no “nosso “ barraco , e ele acabou ainda ajudando na limpeza.  Quando já estávamos prepa rando para fazer o almoço, a surpresa foi que chegaram os donos do barraco....Uma família inteira que iria atravessar o rio em um pequeno barco que seria guiado pelo cabo de aço até a outra margem. Assim que chegaram pensamos que seria o fim de nosso abrigo, mas que nada, foram muito simpáticos e não se opuseram a nossa estada . Depois que já tínhamos certeza que ficaríamos no local , resolvemos armar nossa barraca deixando o abrigo para para o Jean dormir.

Carretera Austral

Rio Ibañez

17/11/2017 -  abrigo a Puerto Tranquilo - bifurcação Baia Murta  ( 67,92km)

Amanheceu com um dia maravilho, sem vento e sem chuva, seria um dia bem proveitoso. 
Ainda faltavam 95 km até Puerto Tranquilo  , e hoje seria mais um dia que provavelmente ficaríamos pelo caminho.
Estávamos pedalando por uma região muito menos habitada, mas com um beleza natural incrível cercados de montanhas cobertas pelo gelo. O lugar habitado mais próximo era Baia Murta, uns 73 km , e seria uma das nossas opções.  Chegamos na bifurcação Baia Murta – Puerto Tranquilo, a 68 km pedalados, e uma hospedagem na beira da estrada , onde pudemos saborear uma cervejinha gelada com há dias não fazíamos.


hospedagem da Suzana

18/11/2017 – bifurcação Baia Murta a Puerto Tranquilo ( camping Bela vista ) 27,69 km




Saímos as 10:00 hs , em baixo de uma leve chuva, mas não tão frio  em um trecho de muitos sobe e desce tanto que acumulou quase 500mts de altimetria. Alguns quilômetros e avistamos o lago General Carrera  ( Lago Buenos Aires /General Carrera  é compartilhado pelo Chile e Argentina. Na Argentina é conhecido como Lago Buenos Aires, e no  Chile se denomina  Lago General Carrera, sendo ambos os nomes corretos e aceitos internacionalmente. Este lago tem uma superfície de 1850 km², dos quais 970 km² estão em território chileno Região de Aisén e os restantes 880 km² pertencem a província argentina Santa Cruz, tornando-o o maior do território chileno e o quarto da Argentina. Além disso, considerado em conjunto, é o segundo da América do Sul, menor apenas que o Titicaca. ( Wikipédia))
Neste lago encontra-se o passo Ingeniero Ibañez , por onde se chega a Argentina deixando a carretera austral. Chegamos em Puerto Tranquilo e procuramos hospedagem e camping, acabamos optando pelo camping Bela Vista, da Marcela, que tinha uma boa área para barraca, além de uma ótima estrutura de cozinha e um amplo comedor. Aqui encontramos o Frances Jean , ele havia chegado no dia anterior , pois ele veio direto do barraco, ele demonstrava ter sido muito cansativo e ainda estava se recuperando. Contratamos os serviços de lavagem de roupas da Marcela ( 5000 cl ) pois estávamos em estado precário devido os últimos dias terem sido regados a chuva e vento. Saimos para conhecer a cidade e obter informações sobre os passeios ,no caso “Capilas de Marmol” e “Glacial Exploradores” , que pretendíamos fazer.
Em nossa programação, faríamos capilas no dia seguinte, e no outro dia o glacial, contudo quando estávamos tirando as informações vimos a possibilidade de antecipar a programação, e acabamos já fazendo naquele momento, isso eram 17:00 horas, o passeio das capilas de marmol ( 10.000 cl pp ). Com uma duração de 1:30 hs aproximadamente, pegamos o barquinho que nos levou até a Bahia Mansa  onde encontram-se as principais formações rochosas em que se pode ver a capilas e a catedral de marmol, monumentos que a natureza preparou para o homem.
Quando retornamos, fomos até a uma das agencias de turismo, tem varias as margens do lago, e fomos na 99%, indicação de um casal que conhecemos no Parque Nacional Queulat. La contratamos o passeio do Glacial exploradores, ( 70.000 cl pp) para o dia seguinte.  Voltamos para o camping, e mais um encontro, o Ross, inglês que vivia na Colombia e estava descendo até o Ushuaia, este encontramos logo no começo de nossa ciclo , lá em El Bolson.





capila de marmol




19/11/2017 – Glacial Exploradores

Saímos as 8:30 hs, fomos de van até o inicio da trilha , 52 km ,, que  curiosamente também fica no campo de hielo San Valentin onde está o glacial San Rafael , aquele que iriamos vistar a partir de Puerto Chacabuco . Nosso guia foi o Pablo, estávamos com mais um casal e três chicas .Começamos o trekking por uma trilha tranquila e logo chegamos no gelo. Tivemos que colocar grampones, sapatos para andar no gelo , que dificultam a caminhada e são bem incômodos.
Foram 4 horas de caminhada pelo gelo ( 10,35km ) , sentido bem de perto o que são os glaciares , com direito a agua 100% de degelo e na fonte. Na volta , o motorista parou na estrada e decemos para conhecer uma iguaria, são os Diguanes, fungos que nascem nas arvores e podem ser comidos ao natural.
Glacial Exploradores


20/11/2017 – folga em Puerto Tranquilo

Dia para descanso, Não fizemos nada, somente uma voltinha explorando o local, subimos o morro atrás do camping de onde se tem um boa panorâmica do lago.



21/11/2017 – Puerto Tranquilo a Cochrane ( parcial até Cerro Color 56.09km)

Um dia longo pela frente e sem um lugar bem definido para ficar no fim do dia , seria pelo caminho em qualquer local assim que o corpo pedisse. Pedalando com vento contra nos primeiros 30 quilometros, tivemos  em nossa companhia uma cadelinha, mista de border collie, que diferente dos outros cães que nos seguiram,  
ela ia na frente como se estivesse indicando o caminho e nos protegendo de tudo que se aproximava, sempre que surgia um veiculo ela se postava na frente fazendo o motorista reduzir a  velocidade.
Neste percurso tínhamos como referencia  um local chamado El Maiten, imaginávamos ser uma vila , contudo quando chegamos próximo a indicação só encontramos o acesso ao camping Cerro Color.  Entramos em uma estradinha e após uns 500 mts deparamos com uma porteira  fechada. Demos uma olhada geral e não conseguimos identificar existência de pessoas no local. Voltamos para a estrada principal e seguimos uns metros até uma propriedade que estava logo na esquerda ao alto. Encontramos o proprietário e pedimos autorização para armar nossa barraca em seu terreno , precisávamos de um local com um pouco de abrigo  pois ventava muito. Foi quando o este  nos orientou a voltar no camping e procurar o sr Saturnino, explicou que teríamos que abrir a porteira e seguir a estradinha mais uns metros que iriamos avistar a casa e o camping que procurávamos. Assim fizemos e fomos recebidos pelo senhor Saturnino e dona Filomena que nos receberam com muita gentileza. 

 Apresentaram a área de camping ,cozinha e banheiros , logo acenderam o fogão a lenha para cozinharmos e nos aquecer do frio. Nesta altura já havíamos adotado a cachorrinha , que se postou ao lado de nossa barraca como um cão de guarda. Preparamos uma boa porção de polenta que ela devorou rapidamente.


carretera austral


camping Cerro Color


22/11/2017 -  camping Cerro Color a Cochrane ( hospedagem Ana Luz ) 64.44 km

Saimos as 10hs, tempo bom sem vento, mas muito ripio e subidas até Puerto Bertrand, há 15 km dali. Ainda era cedo, mas resolvemos já fazer um bom lanche e seguir viagem. O caminho  mostrou-se maravilho , passamos pela nascente do rio Baker e  seguimos contemplando este rio até um ponto que tornou o dia especial, a confluência do Rio Backer com rio Neff.  Há 30 km de Puerto Bertrand esta o acesso ao  mirador , 

uns 1000 mts de boa trilha a partir da estrada. Ficamos contemplando por quase uma hora, foi de perder o folego a beleza e a paz deste local, deu até vontade de ficar por ali mesmo, mas não sabíamos se seriamo bem vistos se   estivessemos acampados ali. Seguimos viagem sempre tendo ao lado o rio Backer, foi um dia incrível com muitas subidas mas que a paisagem nos dava forças para seguir e acabamos tendo o dia mais longo de pedal . Chegando  na cidade, fomos novamente capturados por um morador , a  sra Ana Luz, assim que nos viu ofereceu sua hospedagem para ficarmos.
Neste dia acumulamos 1335 mts em subidas nos 64 km, isto é bem significativo em
termos de desgaste.

La Confluência -  Rio Baker e Neff

rio Baker

Sobre a Cadelinha que nos acompanhava, antes de chegarmos a  Puerto Beltrand , conseguimos parar um caminhãozinho e pedimos para que levassem ela de volta para Puerto Tranquilo, pois certamente ela tinha um dono, usava uma coleira.
na carroçaria do caminhão
23/11/2017 -  folga em Cochrane

Sem nenhuma previsão do que iriamos fazer, saímos para procurar uma loja para que eu pudesse comprar uma calça ( pantalona) pois eu havia esquecido, a única boa que tinha,no camping  Cerro Color.
 Depois de procurar em varias lojinhas, o que encontramos foi a simpatia da Marisel Coneyeros  dona da loja de artigos out door  “Kalfu Patagonia”. Não compramos nada, mas fizemos uma grande amizade, conhecemos além da loja , sua Cabana recém inaugurada e seus planos de no futuro construir um refúgio para ciclistas  e mochileiros.



Kalfu Patagonia
24/11/2017 – trekking Parque Nacional Tamango – Cochrane

Como de costume, acordamos por volta das 7:00 horas, e as nove já estávamos pronto para partida.
Estava em nossos planos acampar na Reserva  Nacional Tamango e lá
fazer  um trekking , porem  quando fui checar o caminho , percebi que a direção que tomaríamos seria contrária a que deveríamos seguir para nossa viagem até Caleta Tortel. Considerando que teríamos que passar novamente pela cidade, resolvemos deixar as coisas na hospedagem e ir ao parque sem as bagagens. Por volta das 10:00 já estávamos no parque , pagamos o ingresso (5.000 cl pp) , recebemos orientações do guarda parque e optamos pela trilha de 10 km, que nos levaria até o lago Cochrane , e vista para a baia.
Tiramos a conclusão que comparado aos  caminhos que já havíamos percorrido o parque não acrescentou muito em beleza ou experiências inovadoras, servindo mais para um treino de trekking que certamente iriamos precisar mais para a frente.  


Pq.  Nac. Tamango

25/22/2017 -  Cochrane a Caleta Tortel ( parcial paiol do Adrian ) 66km

Saímos as 8:30, sabíamos que o dia seria longo e não tínhamos um local preciso onde iriamos terminar.  Muitas subidas e um rípio pesado, o dia foi passando e quando fazíamos nosso lanche conhecemos o argentino Petti que parou e ficamos num bom papo. O Petti partiu dizendo iria parar mais a frente para almoçar, ele sempre procurava almoçar as 14:00 hs e assim o fez pois passamos por ele logo depois e seguimos nosso caminho. Estava sendo um dia duro e por volta das 17:00 já começamos a procurar algum abrigo. Sabiamos que no km 66 deveria ter alguma casa, pois constava em meu guia, seguimos então até esta marca e avistamos umas casas e uma paiol . Chegamos e procuramos abrigo, fomos recebidos pelo Adrian que cedeu um paiol bem amplo onde poderíamos nos abrigar do vento e da chuva que estavam começando a aparecer.  Quando já estávamos  nos instalando percebemos um movimento na estrada , eis que surge o Petti,  rapidamente o chamamos e o convidamos para entrar .
Armamos nossas barracas  e dividimos nosso espaço com grandes amarrados de feno e um ninho de galinha com seis ovos, que logo recebeu a acolhida da mãe galinha e mais de uma dúzia de pintinhos.
Choveu forte e ventou a noite toda, estávamos com sorte, que apesar das frestas que deixavam o forte vento  passar fazendo um grande barulho de chapas batendo,  conseguimos ter uma noite segura.


Carretera Austral - Rio Baker

cicloturista Peti ( Ar)

26/11/2017  -  paiol do Adrian até Caleta Tortel ( camping tortel) 61.56km

Com tempo chuvoso e frio, saímos deixando na porteira um agradecimento ao Adrian , escrito em um adesivo do queropedalar. Com um rípio pesado, o pedal não rendia, e por volta das 12:00 horas só tínhamos avançado 30 km, estávamos cansados mais que o normal e resolvemos parar em um abrigo da estrada as margens do rio Backer para almoçar. Choveu e ventou muito forte enquanto estávamos almoçando. Depois de mais de uma hora tomamos
coragem e saímos enfrentando uma garoa fina e um rípio muito pesado. Foram mais uns 10 km até a bifurcação entre que levaria ou para Caleta Tortel ou para Villa O Higgins.


Carretera Austral - Rio Baker
 Para Caleta seriam mais 22 km , que teríamos que fazer de volta quando fossemos para Villa   O' Higgins, deu até uma dúvida se deveríamos ir ou não conhecer Caleta Tortel.  A chuva e o frio já haviam passado, o tempo estava calmo e nos deu coragem para seguir o plano original, seguimos para Caleta Tortel.  O caminho apesar de ser relativamente plano estava muito ruim, as pedras estavam soltas e provavelmente há muito tempo maquina fazia  a manutenção de estrada.. Estavam faltando 4 km quando encontramos um casal de chilenos , Adriano e Abril , estavam no começo de uma viagem , mochilando , que deveria durar ao menos um ano incluindo passar pelo brasil.  Chegamos em Caleta Tortel por volta das 16:30 hs, encarando uma subidinha bem íngreme na chegada. A pequena cidade estava em obras por todos os  lados na parte “alta”  antes de chegarmos parte velha que fica na encosta da baia . Caleta Tortel fica em uma região de encosta cujo solo é parecido com um pântano , exigindo que as construções sejam feitas sobre plataformas suspensas. A vila é toda ligada por passarelas e escadas em madeira  uma engenharia interessante e peculiar . Chegamos e fomos ao centro de informações turísticas onde fomos informados que o camping ficava na vila e precisaríamos descer uns bons degraus até o local. Fui primeiro sem bagagens reconhecer a área, e chegando no  camping encontrei com o Petti , nosso amigo argentino .
 O camping como toda a vila estava sobre plataformas e tínhamos a opção de armar a barraca em uma área coberta para abrigar do vento. Nos instalamos e saímos a procura de um mercado, encontramos um fechado e o outro com poucas opções e caras . Retornamos para o camping e quando pensamos em tomar um bom banho quente vimos que o aquecedor não estava funcionando e acabamos mais um dia tendo que dormir no estado.


 
Caleta Tortel


27/11/2017 -  trekking em Caleta Tortel

Sem muita pressa, acordamos e logo após o café saímos para um trekking . A principio iriamos só até o mirador que fica bem no topo do morro . Chegando lá seguimos uma trilha parcialmente demarcada que ia nos conduzindo para o outro lado da montanha com vista do mar . seguimos sem saber onde chegaríamos e a medida que avançávamos percebemos que provavelmente 
daríamos uma grande volta pela  montanha. Dito e feito, chegamos no extremo  sul da cidade, em uma grande passarela dividida entre o canal e a montanha até chegarmos no centro histórico da cidade e posto naval de Caleta Tortel. Percorremos quase 8 km, e por volta das 14 horas já estávamos de volta no camping , passamos o resto do dia descansando.. Aqui conhecemos a Lena e o Winand, ela alemã que  falava bem o português pois havia  morado uns dois anos no rio de Janeiro e ele Holandes , estavam a mochilando pelo mundo.
escaleras e passarelas 
Sendero La Bandera - Caleta Tortel


coyhayque a caleta tortel


28/11/2017 - Caleta Tortel a Villa O' Higgins ( parcial até Puerto Yungai/Puerto Bravo  43,82km)

amigos Doris e Gautier
Saímos as 9:00 hs, vencemos os 109 degraus de escada do camping até o plano central da cidade. Fizemos o percurso de 22 km até a bifurcação para O' Higgins em 1hora e 40 min, uma hora a menos que no dia da vinda. Tinhamos mais uns 20 até a balsa de Puerto Yungai que sairia as 15horas, tivemos tempo suficiente para ir com certa tranquilidade e vencer mais duas grandes subidas até Lá. Chegamos em Puerto Yungai, de onde seguiríamos na balsa atravessando o rio Bravo para chegar em Puerto Bravo . A principio iriamos seguir viagem com destino a Villa O' Higgins, contudo em Puerto Bravo tem um bom abrigo mantido pela capitania do porto. O capitão da embarção , sr Jose, foi de uma extrema gentileza mostrando-se preocupado com nosso bem estar oferecendo as instalações do abrigo para pernoitarmos.  Considerando que  estava esfriando cada vez mais, prenuncio de uma boa chuva, resolvemos que seria mais seguro e confortável  abrigar-se  e seguir viagem no dia seguinte. Nesta altura já havíamos feito amizade com um casal  de mochileiros , Doris e Gautier  franceses de Monpelier , que estavam a espera do barco das 19:00 horas para tentar uma carona até a vila O' Higgins.  A embarcação trouxe, além da carona do casal, o Petti com quem compartilhamos mais uma vez o mesmo abrigo.


29/11/2017 -  Puerto Bravo a Villa O' Higggins (parcial camping selvagem ) 61.10 km

Camping Selvagem
Saimos as 9:00 horas, um bom tempo apesar do frio constante, conseguimos desenvolver muito bem os primeiros 20 km, e depois o caldo engrossou, tivemos uns  de 30km de subidas, um acumulando mais de 700 mts de elevação em um terreno bem pedregoso 
. Por volta das 16:00 horas já estávamos procurando um lugar para acampar, visto que faltavam mais de 40 km até a Villa e sabíamos que seria muito cansativo continuar. Achamos o lugar ideal, uma clareira atrás de um monte de pedras beirando uma corredeira, onde pudemos tomar um bom banho com agua de degelo.



30/11/2017 – camping selvagem a Villa O’ Higgins ( camping Los Nires ) 44.41 km

Saímos em baixo de chuva que nos acompanhou um bom tempo. Apesar de temo ruim o terreno estava bom e plano na maior parte de percurso, principalmente quando alcançamos o lago Cisnes, onde fizemos um contorno em quase sua totalidade desfrutando de uma imagem magnifica por alguns quilometros. 
Carretera Austral - lago Cisnes

O sol já brilhava e estávamos quase chegando em Villa O' Higgins quando em um curva incrivelmente inclinada e cheia de pedras foi a vilã da história, pois a Regina caiu e torceu seu joelho. Nada muito grave mas causou-nos muita apreensão pois sabíamos que pedalar aqueles últimos 3 km  seria possível pois o corpo estava quente e certamente a lesão não se mostraria por completo até que o corpo esfriasse. Chegamos na ultima cidade da Carretera Austral, com muita alegria mas ofuscada um pouco pela preocupação a respeito do joelho da Regina, procuramos o camping  e nos instalamos . La encontramos novamente nosso amigo argentino, o Petti, que nos recebeu com muito entusiasmo além dos franceses Roman e Pauline, em férias há nove meses mochilando pela América. Brindamos nossa chegada ao Fim da Carretera Austral com um Chá oferecido pelo casal.  Passado algumas horas já estávamos podendo avaliar o resultado da queda, e para nosso alívio não havia sido grave, apesar de incomodo e dor que a Regina sentia naquele momento.  


01/12/2017 – folga em Villa O Higggins

Villa O`Higgins
Registramos a madrugada mais fria da viagem, 0,7( zero virgula sete )  graus negativos , e pela manhã ainda estava em 1,3 ( um virgula três) graus  positivos . Apesar do frio o dia estava lindo, ensolarado e céu azul, ficamos até a hora do almoço curtindo o silencio . A Regina preparou uma deliciosa Bisteca de cerdo , arroz e feijão branco.
Depois do almoço saímos para caminhar, e fomos ao um  mirador  logo no inicio do sendero que levaria a topo do cerro bandera. Como a Regina ainda sentia dores no joelho, ela acabou ficando neste primeiro mirador e eu continuei subindo até alcançar o topo. Foram mais de 2km até o mastro da  bandeira do Chile que tremulava como louca devido o forte vento. Curti um pouco a linda vista panorâmica que trazia além da Villa O`Higgins , as montanhas e os lagos  Cisnes , Ciervo e O`Higgins..



02/12/2017 – trekking Glacial Submarino - Villa O' Higgins

Cerro Submarino - Villa O`Higgins
Logo pela manhã nos preparamos para mais um trekking e saímos. Primeiro tivemos que passar no posto dos Carabineiros para deixar registro de nossa partida. Em geral deve-se comunicar a autoridade local , que registra seu nome, seu destino e a previsão de retorno. Neste caso como faríamos um trekking de ida e volta, tivemos que estabelecer um horário limite para volta, isto segundo o carabineiro se faz necessário pois não havendo o retorno eles se mobilizam para o resgate, pois estávamos em uma  região muito austera que pode trazer resultados fatais a caminhantes perdidos. Recebemos algumas orientações e seguimos. Não encontramos nenhuma demarcação que nos guiasse até o inicio da trilha, seguimos a direção acompanhando uma pequena estrada e acabamos chegando em uma propriedade particular. Chamamos e surgiu o sr Osvaldo, um ser intrigante, lá com seus 80 anos, um rosto nem tanto envelhecido mas com olhos saltados e beiços enormes, trazia na mente a imagem de um de histórias infantis que tem um homem mau na floresta pegando criancinhas. Mas não era nada disto, o sr Osvaldo foi muito gentil, e nos conduziu até o inicio da trilha que ficava bem próximo de sua residência. Desde o inicio da caminha havia um pequeno cachorro que nos acompanhava, parecia que ele queria indicar o caminho, e logo que alcançamos a trilha vimos que realmente ele conhecia o caminho, pois acabamos chegando próximo a entrada que eventualmente teriamos tomado se lá na estradinha tivéssemos seguido o cachorro. Seguimos subindo, em uma trilha pouco usada mas que com um pouco de atenção permitia que avançássemos em direção ao glacial. 
Cerro Submarino

Já  havíamos caminhado  quase três horas desde o inicio da trilha quando a Regina começou a sentir dores no joelho e resolveu não continuar. Como aparentemente estávamos muito próximo do topo, combinamos que eu seguiria mais uns 15 minutos e depois retornaria.  
Segui 17 minutos e encontre o que me pareceu o fim da trilha, estava bem no topo mas fiquei decepcionado pois não avistei o glacial . Não sabia ao certo até onde deveria seguir para avista-lo, então considerando que a Regina estava me aguardando julguei melhor retornar dali mesmo.
O retorno foi mais rápido, logo encontrei com ela e descemos morro abaixo. Menos de duas horas e já estávamos nos carabineiros dando baixa em  nosso retorno, foi ai que fiquei triste, pois faltou muito pouco para alcançar o glacial que pude ver nas fotos tiradas pelo carabineiro.


03/12/2017 – folga em O' Higgins

Neste dia, um domingo , ficamos praticamente sem fazer nada e descansando para a próxima jornada que seria a segunda etapa da cicloviagem patagônia.
Terminamos a primeira etapa com um saldo  muito positivo, foram 1570 km pedalados em 45 dias,  conhecemos em especial o bosque tallado em El Bolson, as tulipanas em Trevellin, o Ventisquero Colgante no Parque Nacional Queulat, trekking no Parque Nacional Cerro Castillo, capilas de marmol e glacial exploradores em Puerto Tranquilo, trekking no Parque Nacional Tamango(Cochrane), as passarelas e escaleras de Caleta Tortel e finalmente a  Villa O' Higgins a ultima vila da carretera austral. Muitas pessoas fizeram parte desta aventura que junto com dias de sol, calor , chuva , frio e vento,  tivemos a maior e mais bela  experiência em nossas vidas de uma viagem de bicicleta.


Caleta Tortel a Villa O`Higgins

04/12/2017 – de O' Higgins ao Lago Desierto.

fim da carretera austral
Marco Limites Chile e Argentina
Chegou o dia muito esperado, sabíamos que teríamos um travessia e tanto partindo a Villa O’ Higgins,  foram 8km até chegarmos oficialmente no fim da Carretera Austral, no Porto Bahamondez as margens do lago O'.Higgins. Chegamos pouco mais das 8:00 horas para embarcar no Barco Quetru da Robson Crusoe, que nos levaria até a aduana chilena em Candelarrio Mancilla. Depois de 2,5 horas estavamos na aduana carimbando nossos passaportes para deixar o Chile. Conhecemos o cicloturista de São Paulo, o Marcelo, em uma cicloviagem de 30 dias, saiu de Puerto Mont e terminaria em El Calafate. Começamos a travessia  que nos levaria até  na margem Norte do Lago Desierto já na Argentina . Estrada ruim, ripio puro e subida, logo de saída encaramos 1 km com 10% de inclinaçao até a aduana Chilena , e depois mais 5 km também com 10 %  até dar uma aliviada. Mas não termina ai, seguimos  em um serrote por mais 9 km até a fronteria onde acaba a estrada e começa a trilha já no lado argentino. Foram quase 6 km de empurra bike, travessias de rio e pinguelas de madeira que deram muita emoção e exigiu esforço além do normal. Mas como sempre vem a recompensa, faltando uns 500 mts para chegarmos na aduana argentina, avistamos o Lago Desierto e ao fundo o magnifico maciço do monte Fitz Roy, foi um momento incrível.  Nesta altura, já tínhamos perdido o barco das 17:00 hs, que nos levaria na margem sul do lago, então nos restou carimbar os passaportes entrando na Argentina e depois curtir o maravilhoso local e acampar as margens do lago.




Travessia Lago Desierto



05/12/2017 -  Lago Desierto a El Chaltén

Acordamos cedo, desmontar barraca e ajeitar as bikes  para  embarcar e fazer a travessia do Lago Desierto. Um dia lindo, com sol e muita luz para iluminar o explendoroso  Fitz Roy. Foi uma travessia magnifica, de perder o folego mesmo. Partimos as 11:00 horas conforme previsto e em uma hora já estávamos em terra novamente.Durante o percurso também pudemos ver um glacial onde turistas vem fazer pequenos trekkings. Chegando no lado sul do lago, pegamos a estrada que nos levaria até El Chaltén entrando no parque nacional Los Glaciares  .Apesar do péssimo rípio, tinha uma grande vantagem com vento a favor, nos empurrando em até 20km/hora sem quase ter que pedalar,  concluimos o percurso de 36 km até el chatén em menos de duas horas , seguindo as margens do rio de Las Vueltas e contornado o Fitz Roy de forma a poder contempla-lo de diversos ângulos. Há poucos quilômetros de El Chalten , está  o acesso ao sendero que nos levaria a Laguna  Azul, um ponto turístico muito visitado . Não fomos  pois teríamos que deixar as bikes carregadas no começo da trilha e preferimos não arriscar.


vista lago desierto e fitz roy
Chegamos em El Chalten e fomos presenteados com  um pavimento que não víamos a tempos, ver a bike deslizando  sem solavancos foi uma delícia e ainda o vento ajudando.  Procuravamos  a casa do ciclista , El Charito, foi quando um cicloturista que  seguia sua viagem  nos levou próximo de onde pudemos facilmente encontrar. Ao chegar na casa, logo fomos recepcionados pelo Marcelo, o paulista, que fez as honras da casa apresentando as instalações. Na verdade não nos agradou muito, pois tinha pouca estrutura, com uma cozinha e um banheiro reduzidissimos e também uma pequena área de camping na  terra, sequer um gramadinho para ajudar. Conhecemos a Flor, dona do camping, que devido a sua simpatia acabou nos convencendo a ficar. 
Não armamos a barraca, conseguimos ficar em um abrigo no sótão onde tinha apenas um colchão  e um gato que dormia tranquilamente  até chegarmos lá. Já estávamos  instalados quando encontramos nosso amigo argentino, o Petti, estava em sua barraca fazendo a siesta.. Neste dia , resolvemos fazer um abuso, fomos jantar em um restaurante mais arrumadinho, comemos um belo bife de choriso argentino com papas fritas, uma delícia. Depois do jantar, resolvemos que deveríamos arrumar outro local para ficar os demais dias que passaríamos em El Chaltén, pois realmente as instalações da casa do ciclista eram muito precárias. Começamos olhando um outro camping, depois uma hospedagem e por fim um hostel. No final das contas optamos pelo Hostel Patagonia, excelentes instalações e não tão caro como aparentava ser.
Fizemos a reserva e voltamos para nosso “sótão”para dormir.


06/12/2017- folga em El Chalten

casa do ciclista - El Charito
Dia de descanso, somente arrumamos as malas e saímos da casa do ciclista e fomos para o Hostel Patagônia.  Despedimos dos amigos Petti e Marcelo e depois da Flor, que  ficou um pouco incomodada com nossa saída, percebeu que não havíamos gostado das instalações.
Chegamos no Hostel e aguardamos a liberação do quarto, foi um dia inteiro só atualizando informações nas redes sociais, conferindo contas e descansando.


07/12/2017 – folga em El Chalten


vista panorâmica El Chalten
Mais um dia para não fazer nada, a não ser aguardar a meninas, Dora e Kathy, que estavam por chegar.
Hoje seria o dia de seguirmos para fazer o trekking do cerro torre, porem resolvemos esperar as meninas e fazer juntos, atrasaríamos em um dia nossa partida de El Chalten , mas sabíamos que seria possível recuperar lá  na frente. Estávamos nos preparando para sair e fazer as compras dos mantimentos para os três dias de trekking que faríamos, foi quando inesperadamente fomos informados que nossas amigas haviam chegado. Previamos que elas somente chegariam no fim do dia, pórem acabaram antecipando vindo com uma Van de El Calafate. Com a chegada delas, acabamos ficando mais um pouco no Hostel, enquanto a Regina preparava o almoço, desembalamos e montamos as bikes  das meninas, deixando prontas para quando retornássemos do trekking. Oficialmente começaríamos a segunda etapa da cicloviagem patagônia, almoçamos os quatro fazendo um brinde especial em comemoração ao novo desafio.


08/12/2017 – Trekking cerro Fitz Roy


sendero acampamento Poincenot
Tudo pronto , saímos as 10 :00 hs, tomamos o caminho até o mercadinho para comprar  pães, depois seguimos em frente e vimos que estávamos na direção errada, pois queríamos começar o trekking pelo cerro Torre. Voltamos uns 1500 mts até chegarmos no inicio da trilha , que por coincidendia começava na rua da casa do ciclista. Por estarmos passando em frente  resolvi procurar o Petti para dar mais um abraço de despedida , mas ele ainda não havia retornado do trekking. Seguimos até o começo da trilha  e para nossa surpresa o Petti estava descendo o morro finalizando seu trekking. Esperamos ele terminar a descida e nos cumprimentamos, fizemos a apresentação das meninas que ele já conhecia de tanto ouvir falarmos delas.
Quando dissemos ao Petti que iriamos começar o trekking fazendo primeiro o Cerro Torre, ele nos convenceu a voltar e começar pelo Cerro Fitz Roy, alegando que devido a altimetria seria viável desta forma, pois desceríamos mais em vez de subir. Ouvimos seu concelho, nos despedimos e voltamos para iniciar a trilha sentido Fitz roy. Nesta altura , já tínhamos andado mais de 3 km, e nem  havíamos  entrado na trilha, sendero como se fala na patagônia.  Começamos a caminhada , e fomos tendo as primeiras experiências carregando uma mochila cargueira e vivenciando uma trilha com belezas e dificuldades que se confundem e nos deixavam empolgados e cansados ao mesmo tempo. Neste dia foram mais de 10 km, até chegarmos no Camping Poincenot.
No caminho passamos pela  Laguna  Capri, de onde se contempla o cerro Fitz Roy mais de longe .
camping poincenot
Durante todo o caminho tivemos um tempo bom, sol e temperatura amena, contudo chegamos no camping junto com a virada repentina do tempo, entrou uma ventania que trazia além do vento muita terra do solo, e apesar de abrigado por muitas arvores não deixava de demonstrar uma fúria impressionante dificultando a instalação do acampamento. Depois de armadas as barracas, vimos que estávamos em uma área de risco, ocorre que uma das arvores próximas estava por cair, e se o vento continuasse poderia trazer a baixo sobre as barracas. Mudamos de local e interditamos aquela área para que outros não usassem .Encontramos entre outros brasileiros e casal de ribeirão preto Thiago e Camila , que viajavam mochilando e tinham como destino ainda ir a Torres del Paine antes de voltar para o Brasil. Tudo pronto, hora de jantar, preparar as mochilas para o dia seguinte e dormir.


09/12/2017 – Fitz Roy


próximo a laguna de los tres - fitz roy
Acordamos cedo para o trekking do camping Poincenot até Laguna de los três, local mais próximo para se contemplar o Fitiz Roy. Estava chovendo e fazendo muito frio, mas nada que não fosse previsível na Patagonia. Começamos a subir tarde quase 11 hs,  em um caminho bem demarcado mas bem difícil que exigiu muito cuidado e um esforço além do normal para marinheiros de primeira viagem. Em pouco mais de duas horas vencemos os 3 km com 500 mts de ascensão e chegamos na Laguna de Los Três , base do Fitz Roy. Ventava muito e estava muito fechado o tempo, prejudicou muito a visibilidade e não pudemos contemplar com desejávamos aquele que é um dos mais imponentes cerros da patagônia.
Nos restava voltar e nos preparar para a próxima etapa. Chegamos no camping, estava muito frio e ainda chovia, então resolvemos almoçar e esperar o tempo melhorar um pouco para desarmar as barracas e seguir nosso caminho.  O tempo começou  melhorar, e rapidamente estávamos prontos para seguir mais 10 km até o camping De Agostine, onde iriamos pernoitar para depois seguir ao Cerro Torre.
No caminho o tempo foi melhorando e logo tínhamos a companhia do sol, dando um brilho especial nas montanhas que nos cercavam e refletiam nas lagunas madre e llijui .Chegamos no camping De Agostine já era bem tarde, foi um dia bem difícil  onde percorremos  mais de 18 km no total  , e que apesar da dificuldade trouxe experiências incríveis acrescidas em nossas vidas.


10/12/2017 - Laguna Torre


Cerro Torre
Ultimo dia de trekking, primeiro ir visitar a Laguna Torre, indo até o Mirador Maestri de onde se contempla além da Laguna Torre , o imponente Cerro Torre. Pouco mais de uma hora e já estávamos no mirador, um dia lindo de sol, pouco vento. Pudemos contemplar e curtir o local que traz uma beleza singular, mistura de mata, glacial, e montanha, realmente incrível.  Quase uma da tarde e já estávamos prontos para voltar para El Chalten. As 18 :00 hs já havíamos vencido mais de 10 km de trilha, também bem demarcada e como havia falado o amigo Petti mais descemos do que subimos o que ajudou bastante neste ultimo dia de trekking.


sendero   Fitz  Roy e Cerro Torre


11/12/2017 – El Chaltén a La Leona ( 110 km)

Rua 40 - Lago Viedma
10hs, todos prontos para continuar a cicloviagem, em especial a Dora , que pela primeira vez faria uma ciclioviagem. Passamos numa gomeria( borracharia) para calibrar os pneus das bikes e seguir viagem. Um dia especial, sabíamos que teríamos que lidar com o vento, e aproveita-lo sempre que fosse a favor reservando energias para quando ele virasse. Nossa previsão se concretizou, foram 90 km com vento a favor até a estrada virar e termos que enfrentar mais 20km com um super vento mais lateral que de frente, cuja força impressiona e traz enorme risco de acidente pois ocorrem rajadas momentâneas e chegaram a nos jogar no chão. Chegamos em La Leona, um hotel de estrada, com bar, restaurante e quartos. É um ponto de parada de todas as excursões que passam por ali com destino a el chalten, então nada é muito em conta, pelo contrario, tudo muito caro. Uma cerveja long neck custou  AR100, equivalente a R$ 20,00 .  Acabamos nos hospedando no hotel, apesar estar um pouco acima do valor padrão para gastos em hospedagem na cicloviagem ( custou us$ 65,00 o casal ).


12/12/2017 - La Leona a Charles Four ( 68.68km)


Teriamos que correr contra o tempo, ou melhor a favor do vento. Ocorre que neste trecho de viagem a principio teríamos vento contra ou de lado. Então como geralmente o vento começa a soprar depois das 10 da manhã, acordamos muito cedo e antes das 7:00 já estávamos na estrada afim de vencer a maior  distancia possível nas primeiras horas, assim evitaríamos  muito tempo pedalando no vento contra.
charles four -  casa abandonada
Bingo,  eram 11 horas e já tínhamos percorrido 50 km, quando começou a ventar.  Então não foi difícil chegar a Charles Four pois o vento soprou forte quando estávamos chegando. Charles Four foi no passada um tipo de parador, como La Leona, mas estava totalmente abandonado e destruído, somente as paredes em pé deixavam o vestígio de um local que poderia ser um bom abrigo. Apesar de ainda ser  muito cedo, concluímos que deveríamos ficar por ali mesmo, pois apesar da estrutura precária , era um local abrigado do vento e que poderíamos tem uma noite tranquila. Por  ali ficamos, fizemos uma faxina no local e armamos nossas barracas dentro dos cômodos destelhados.


13/12/2017 - Charles Four a  El Calafate - 37.65km

Hoje seria um dia curto, mas mesmo assim  tomamos o cuidado de evitar o vento contra e saímos  bem cedo, as 6;35 hs, ventava levemente e não tivemos problemas para vencer os 38 km ate El Calafate. As 10 hs chegamos ,passamos no posto de informação turística bem na entrada da cidade e tomamos as informações necessárias a respeito da visita que faríamos no Parque Nacional Perito  Moreno.  seguimos em direção ao camping El  Ovejero, que fica muito bem localizado e no centro . já  no caminho aproveitamos e pesquisamos sobre o aluguel de um carro para irmos ao parque e constatamos  que seria muito viável a locação, pois gastaríamos o mesmo valor se fossemos de onibus. (um corsa classic custou 1440 AR a diária, e gastaríamos 400 Ar  por pessoa com o ônibus,  estávamos em 4 pessoas , 1600 ar )
camping El Ovejero
Chegando no camping, escolhemos um ótimo local , ficamos próximo a um caramanchão que nos abrigaria em caso de chuva. Fomos as compras de supermercado e resolvemos que faríamos um churrasco. Compramos além de legumes, um corte argentino chamado bife angosto. Descobrimos o melhor dos melhores churrascos que já havíamos preparado , apenas com um pouco de sal grosso  e mau passado , saboreamos como crianças comendo doce.


14/12/2017 -  Perito Moreno

Glacial Perito Moreno
Acordamos cedo, tempo frio e chuvoso, nada animador para quem vai visitar um dos parques mais procurados da patagônia. Seguimos os quase 70 km ate a portaria do parque onde adquirimos os ingressos, 21.000 cl por pessoa . Dentro do parque percorre-se uma boa distancia até chegar no receptivo de onde sai um transfer que nos leva nas passarelas. Chegamos no receptivo em baixo de uma forte chuva e fomos direto para restaurante em busca de abrigo até que o tempo melhorasse. Passados uns 30 minutos saímos encarando uma garoa gelada e fomos percorrer as passarelas que nos levaram em mirantes de onde avistamos o glacial de diversos ângulos. 
A geleira Perito Moreno é um glaciar argentino que está situado entre os 47º e 51º de latitude sul. Ela se estende desde o campo de gelo Patagônico Sul, na fronteiraentre Argentina e Chile, até o braço sul do lago Argentino, possuindo cinco quilômetros de largura e 60 metros de altura ( wikipédia)


15/12/2017 -  folga em El Calafate


Dia de compras para os próximos dias de viagem e troca de moedas, finalizando com outro magnifico churrasco de bife angosto.


16/12/2017 -  El calafate a El Cerrito -  94.27 km




posta vialidade em El Cerrito
Um dia de grande expectativa, sabíamos que teríamos que aproveitar o vento a favor nos primeiros 40 km, e depois teríamos  45km com vento lateral e frontal . Em duas horas fizemos o esperado e paramos para lanchar em uma estancia que estava aparentemente fechada mas que tivemos as portas abertas pelo sr Gonzales, uma pessoa amável que cedeu sua pequena cozinha para que pudéssemos nos abrigar do vento infernal que estava soprando naquele momento, e ainda nos serviu sopapilla que saboreamos enquanto ouvíamos suas histórias .
Seguimos viagem e logo acabou a nossa alegria do vento a favor e do terreno plano, começamos a subir e com vento costado, é um vento de lado meio virado ,  vinha de lado, de costas e as vezes de frente, um malabarismo o pedal. Chegamos em El Cerrito que é simplesmente um posto da vialidade , um tipo de posto de operações da estrada. Estava ventando muito e fazendo frio pois o sol estava encoberto, começamos a nos preparar para armar as barracas em um galpão aberto quando o sr Claudio, responsável pelo posto , nos ofereceu para ficarmos no galpão fechado onde ainda poderíamos usar o banheiro para as necessidades básicas. Aqui reencontramos um Alemão cicloviajante já com sua barraquinha armada fora do galpão mas abrigada do vento.


17/12/2017 -  El Cerrito a Tapi Ayke  -  65km




Ruta 40
Um dos dias mais difíceis , 65 km de ripio, altimetria de sobe e desce com e vento contra e lateral. Foi a prova de persistência para a novata Dora, pois se nós já acostumados e há quase dois meses na estrada sentimos bastante, imaginem ela que estava estreiando no cicloturismo. Como niguem é de ferro, faltando uns 10 km para chegar ao destino, a Dora pegou uma carona pois nesta altura ela já estava exausta sem muita força para continuar.  As 17:30 hs  chegamos no posto policial, onde existe uma lanchonete  e um posto da vialidade . Fomos direto para a lanchonete, tomamos uma coca cola gelada, comemos uns salgadinhos e ficamos um bom tempo ali parados e conversando com um casal de belo horizonte, Cintia e Igor, que viajavam de carro e ficaram empolgadíssimos com nossa aventura. Já eram 20:00h e a lanchonete ia fechar, então juntamos nossas coisas e fomos  para uma área ao lado do posto policial que foi liberada para usarmos, porém neste momento armou um temporal e nos vimos em uma situação bem ruim, pois teríamos que armar as barracas embaixo de chuva, foi quando o dono da lanchonete sugeriu que falassemos com o pessoal da vialidade, pois eles dispunham de  abrigo para ciclistas. Dito e feito, caiu do céu e junto com a chuva ,rsrsrs, falamos como o Responsável  e ele nos ofereceu um trayler onde poderíamos dormir abrigados e aquecidos. Junto com nós estava o alemão Peter que vinha nos encontrando na estrada desde El Calafate.  .


18/12/2017 -  Tapi Ayke a Cerro Castillo  - 57.19km


Saímos 8:30 encarando um vento contra que não permitia que andássemos a mais de 6km/h. Considerando a dificuldade de enfrentar o vento, organizamos e pedal em fila indiana afim de minimizar o esforço , então revezávamos a dianteira de 10 em 10 minutos , com pausas a cada 50 minutos para descansar do pedal e do vento que não dava trégua, e assim fomos vencendo a distancia de pouco em pouco até completarmos 32 km, quando não foi mais possível continuar a pedalar. O vento soprou muito mais forte, chegou a 80km/h a ponto de causar o capotamento de um veiculo bem próximo de onde estavamos.
descansando do vento 
Por sorte no momento mais crítico do vento avistamos um galpão na margem da estrada, então seguimos por uns dois quilômetros empurrando as bikes até este galpão onde pudemos nos abrigar. Passados mais de uma hora, o vento não dava trégua ai resolvemos tentar uma carona. Foi esticar o braço e um pick up parou , cabiam duas bikes , então como de praxe pedi que as meninas fossem primeiro. Continuamos a tentar uma carona mas não tivemos êxito, ficamos mais de uma hora tentando e tentando até que percebi que o vento estava acalmando dando possibilidade para pedalarmos. Não tivemos dúvida, era melhor começar a pedalar antes de esfriar o tempo , escurecer ou chover, seguimos mais 8km pelo afalto com um pouco de  vento contra mas suportável. Chegamos no acesso de terra que nos levaria até Cerro Castillo. Depois de 6km chegamos em Cancha Carrera  ultima vila antes do passo Don Guilhermo ,  mais um  km e chegamos na aduana  argentina onde encontramos as meninas que empolgadas nos contaram da aventura de vir de carona e como foram bem recebidas na aduana. Muita conversa sobre nosso amigo alemão Peter, ele estava envolvido no acidente do carro que havia capotado com o vento.  O Peter havia pego carona logo que saiu de Tapy Ayke , pois também sofria com o vento, ele estava na caçamba da pick up e  foi arremeçado longe , e por uma divindade ele não se feriu, só teve apenas algumas escoreaçoes e a bike danificada.
trecho da aduana argentina a chilena 
O dia não acabou, ainda tínhamos uns 11km ate cerro castillo, e seguimos num lindo e perfeito asfalto chileno até a aduana , onde rapidamente carimbamos nossos passaportes de volta ao chile. Já passavam da 8 da noite, e fomos em busca de uma hospedagem, foi quando o bicho pegou, haviam apenas duas hospedagem na cidade, e a aquela que pretendíamos ficar estava completa, sem vagas. Teriamos a opção de acampar, porém todas as meninas me intimaram para que ficássemos no  hotel fazenda 5 estrelas,   mesmo que o valor estivesse aquém de nossas expectativas. Meio a contra gosto, concordei em pagar os us$ 250,00 pelo quarto triplo com café das manhã incluso que iriamos desfrutar naquela noite.  


19/12/2017 -  Cerro Castillo a Puerto Natales – 63km


Depois de uma noite confortável , colchão  super king  com mantas de ededron branquinhas , Um café da manhã 5 estrelas, resultou no dia mais fácil de pedal desde o inicio da cicloviagem, um dia com sol e sem vento por um caminho com paisagens agradáveis o tempo todo , basicamente com uma única parada para lanchar já quase chegando em Puerto Natales. Neste dia iriamos visitar a caverna do milodon ( Cueva do Milodon Localizado a menos de 30 quilômetros de Puerto Natales, a cueva ainda conserva vestígios de vida humana de mais de doze mil anos atrás. Além de sua composição rochosa que supera os 30 metros de altura, esse Monumento Histórico possui 50 metros de largo e 200 metros de profundidade. No entanto, sua interesse não somente radica em seus impressionantes atrativos visuais, mas também compreende uma figura em fibra de vidro do Milodón, um mamífero herbívoro que duplica o tamanho do homem, e que habitou a zona faz cinco mil anos junto a outras espécies animais pré-históricas.) porem resolvemos seguir direto para aproveitar melhor o tempo lá em Puerto Natales. Chegamos  um dia antes do programa, que no caso tínhamos reserva no Hostel  Wild . Fomos ao hostel ver se conseguíamos antecipar um dia a reserva, mas não foi possível e saímos em busca de outra hospedagem, foi quando fui abordado por um casal  que me forneceu um panfleto indicando uma hospedagem bem próximo dali. Hopedagem Dumestri, da sra Jovina e sr Rubens foi uma ótima opção , ficamos todos em um enorme quarto com 8 camas  só para nós. Saimos para almoçar , restaurante la picada do sr Benevides, um ótimo custo beneficio.


20/12/2017  - Puerto Natales preparativos para o treking Torres del Paine



Puerto Natales
Tivemos que trocar de hospedagem e fazer as compras para os dias de trekking em Torres del Paine.  Depois de instalados no Hostel Wild, fomos novamente no mesmo restaurante para almoçar, depois ao mercado e ainda sai em busca de uma mochila cargueira para a Regina, resolvi que seria melhor comprar do que alugar, uma vez que ainda a usaríamos no fim da viagem. Para realizar o trekking circuito w em Torres del Paine, algumas providencias foram tomadas bem antes da viagem, primeiro definir como realizaríamos o circuito  definindo cada dia de trekking e consequentemente fazer as respectivas reservas e pagamentos nos campings. Nosso primeiro planejamento teve que ser alterado pois não haviam disponibilidade de vagas nos campings nas datas que precisávamos, então tivemos que nos adaptar de acordo com a disponibilidade e acabamos tendo que fazer a reserva em todos os campings pagos, pois os campings gratuitos não possuíam mais vagas. Notem que estávamos com quase 5 meses de antecedência solicitando as reservas e não conseguimos. Ainda chegando em Puerto Natales, compramos a passagem de ônibus de ida de volta ao parque.( 12.000 cl por pessoa ). Fazer o trekking em Torres del Paine não é um programa barato, mesmo fazendo  da forma mais econômica você terá que arcar com custos acima da média. Para realizar o cicuito “w”, o mais comum e que geralmente é feito em cinco dias, tivemos que fazer reservas e pagamento adiantado. As quatro primeiras pernoites ficamos em campings administrados pela Fantastico Sur , que detém quase um  monopólio, explorando a maioria dos campings, restaurantes ,hotéis e refúgios do parque com preços extremamente altos, consumir qualquer produto significa pagar até 4 vezez mais que o normal.  Cada pernoite custou 13.000 cl /pp  mais caro que muitas hospedagens que ficamos durante a viagem. Já a quinta pernoite tentamos reservar no camping Gray , administrado pela Vertice, e acabamos saindo de viajem sem a confirmação da reserva.

Excepcionalmente saímos para jantar a noite, já eram 23hs e já  estava escuro quando saímos e fomos a uma pizzaria.


21/12/2017  - Torres del Paine

Saímos do hostel de taxi até a rodoviária, e as 8:30 já estávamos seguindo para o Parque Nacional Torres del Paine. As 10:00 na portaria pagamos o ingressos e para nossa surpresa
 poderíamos evitar 8km de caminhada pela estrada até o camping, então resolvemos pegar a van ( 3.000 cl /pp ) e chegar mais cedo na área de camping Las Torres. Por fim tivemos um dia bem tranquilo, podendo reservar todas as energias paras os dias que viriam.


22/12/2017 -  Mirador Las Torres


Las Torres
Dia de trekking , foram 11 km até o mirador na Laguna Torre. O caminho bem demarcado não trazia muita dificuldade até chegarmos no acampamento Torres ,uma área que era destinada a acampamentos mas estava fechada. A partir deste ponto foram uns 2km até a laguna e este foi o trecho de maior dificuldade pois em 1000 mts de extensão subimos 800 mts  em um terreno muito acidentado , cheio de escaladas em pedras , as vezes em meio a corredeiras que deixavam ainda mais perigosa a caminhada. Em fim chegamos na Laguna Torre que fica nos pés das três torres mais imponentes do parque. Lamentavelmente o tempo estava nublado, e não conseguimos a melhor vista do local. Ficamos por uns 30 minutos abrigados atrás de uma grande pedra fazendo nosso lanche de almoço, enquanto esperávamos uma melhora do tempo que lentamente deu uma trégua e conseguimos ver as torres em quase 100% , porem faltou o brilho do sol para engrandecer ainda mais aquela visão. Retornamos em um ritmo moderado os 11 km até o camping , e logo após nossa chegada encontramos o casal de ribeirão preto que havíamos encontrado no Fitz Roy, eles haviam acabado de concluir o circuito o , e estavam  no fim de suas férias e voltando para o Brasil.


23/12/2017  - Camping Francês


camping frances
Quase onze horas quando estávamos prontos para partir para o próximo destino, o Camping Francês, 17 km bem difíceis de serem cumpridos. Uns dois km antes do camping , 
 demos um belo mergulho nas aguas geladas de uma laguna , aproveitamos que o tempo estava muito bom e sol esquentava nossos corpos. Chegamos no Camping Francês, um camping diferente do de costume pois fica numa encosta e somente é possível armar as barracas em plataformas de madeira. Este dia foi o mais critico em toda minha viagem, carregar a mochila cargueira não era nosso costume e causou fortes dores nas costas e nos ombros deixando um pouco desagradável o passeio.


24/12/2017 – Mirador Britânico


valle del Frances
Hoje faríamos um Bate e volta, passar pelo vale del Frances e chegar ao mirador Britanico e depois voltar para o camping Frances. Dois quilômetros e chegamos no Camping Italiano, camping Livre que não havíamos conseguido reservar lugar , de lá seguimos em direção ao Mirador Britanico. Passados  mais dois quilômetros de caminhada , em um terreno difícil com encostas e pedras soltas, vencíamos com grande dificuldade até que a Regina e a Dora resolveram voltar . Eu e a kathy seguimos e para nossa surpresa o trecho pior havia passado, fazendo como que rapidamente alcanssacemos o Mirador Britânico onde ficamos quase uma hora admirando o maciço para depois voltar ao camping. Hoje era dia de Natal então nos organizamos para
valle del frances
fazer uma Ceia especial para comemorar e como não tínhamos muitas opções chegamos a pensar em comprar alguma coisa no armazém do camping, mas considerando o preço abusivo das mercadorias resolvemos fazer a Ceia com o que tínhamos mesmo, macarrao com lentilha e de sobremesa  bolachas com geleia e manjar e um feliz natal.


25/12/2017 -  Glacial Gray

los cuernos
Hoje um grande desafio, seriam mais de 20 km até o Camping Gray . Levantamos  acampamento, com mochilas um pouco mais leves pois já havíamos consumido 4 dias de alimentos , saimos as 8:30 hs, encarando subidas e caminhos tortuosos mas com visual sempre incrível passando ao lado do maciço Los Cuernos , uma montanha que abraça o caminhante de tão imponente que é. Eram menos de 13 horas e chegamos no Camping Paine Grande, de onde se partiríamos  para o Camping Gray onde tinhamos um problema com a reserva , não havíamos confirmado e tão pouco efetuado o pagamento, e corríamos o risco de chegar lá e não poder ficar. Considerando que ainda seriam 11 km  até o camping,resolvemos que seria melhor acampar por ali mesmo . Conseguimos permissão para armar nossas barracas , ( 6.000 cl /pp)  e seguimos livre das cargueiras em diração ao Glacial Gray.
glacial Gray
Foram 6 km até mirador do Glacial Gray, de onde resolvemos voltar em vez de seguir mais 5 km até o camping para depois ter que retornar os mesmos 11 km até o Camping Paine Grande. Uma decisão acertada , pois neste dia chegamos a completar mais de 22 km, seriam 32 se fossemos até o Camping Gray. Chegando no mirador tivemos poucos minutos para ficar apreciando o glacial, isto porque ventava muito forte e o frio intenso não animava ficarmos mais tempo por ali. 
Chegamos bem tarde mais ainda com luz do dia, fomos direto para a cozinha coletiva preparar o jantar, e la conhecemos uma família de paulistas de Campinas , que estavam fazendo o percurso w no esquema patrão. Ficamos um bom tempo em conversas e eles se encantaram com nossa disposição de vir pedalando desde Bariloche e ainda encarar este trekking carregando toda aquela carga nas mochilas.






26/12/2017 –de volta a Puerto Natales
camping Paine Grande

Acordei muito cedo, e as 6:00 horas estava perambulando pelo camping e consegui lindas fotos do lago Pehuee e do  maciço com reflexos do sol nascendo, um momento único que temos que registrar na memória e se possível em fotos e filmes. As 10:00 horas, . As 10:00 horas, pegamos o barco ( 18.000 cl/pp)  para atravessar o lago Pehueé e desembarcar em  Puerto Pudeto . Pegamos um ônibus que nos levou até a portaria Laguna Amarga, para de lá seguirmos para Puerto Natales.
De Pudeto a Laguna Amarga fizemos um trajeto por dentro do parque , feito pelos turistas que fazem passeio de um dia no Parque Torres del Paine, por este motivo existem vários miradores pelo caminho de onde se avista os principais maciços tendo uma  vista  muito ampla da grandiosa  dimensão que tem o Parque Torres del Paine.
Chegamos em Puerto Natales com tempo para irmos andando até o hostel , passar no mercado e  ainda fazer compras para o jantar .



27/12/2017 – folga em puerto natales

Hoje somente tínhamos que mudar de hostel, deixando o Wild e voltando para o Dumestri, onde passaríamos mais uma noite. Foi um dia de total folga, exclusivamente usado para descansarmos.


El Chatén a Puerto Natales

28/12/2017 – Puerto Natales a Punta Arenas ( parcial até Vila Tehuelches -150km)



Morro Chico - Ruta 9
Voltando para a estrada, teríamos mais de 250km para percorrer até chegar em  Punta Arenas, para esta distancia tínhamos reservado 5 dias mantendo o plano de 50 km por dia em média. Desde o inicio da cicloviajem pudemos ver que a quilomentragem por dia estavava variando muito em função do terreno e principalmente em função do tempo , frio , chuva e vento. Nesta etapa não foi diferente, sabíamos que o vento seria o fator decisivo para definir as distancias. Nesse primeiro dia tínhamos como objetivo chegar no Hotel Rubens, a 63 km de Puerto Natales. Saimos as 8:30 hs e com um ventão a favor que rapidamente nos fez chegar no destino. Chegando no hotel resolvemos seguir mais uma etapa, que seriam mais 37 km até Morro Chico. Fizemos um lanche e seguimos ainda com a ajuda do vento empurrando.  As 15:00 horas já havíamos chegado em Morro Chico. Paramos no posto policial e pedimos informações de local para podermos dormir, foi quando nos informaram que o único local abrigado era um galpão abandonado que ficava bem em frente ao posto. Ventava muito e sabíamos que era fundamental um local abrigado , porem conversando com os carabineiros concluímos que valeria a penas seguir viagem aproveitando o vento que segundo eles iria nos empurrar até Villa Tehuelches. Partimos para mais uma etapa, 52 km até Vila Tehuelches. Começou bem os primeiros 2 quilometros, mas logo veio uma curva e mudou a direção da estrada, foi quando começamos  enfrentar um vento lateral e trouxe junto uma tempestade que nos pegou desprevenidos. Começou a chover e fazer frio, paramos e rapidamente tivemos que colocar nossas capas de chuva e encarar uma nova realidade, e sabíamos que se quiséssemos dormir abrigados teríamos mais de 40 km pela frente. Foi um grande desafio, o tempo mudava de tempos e tempos e fomos vencendo as intempéries até chegarmos as 19;00hs em Villa Tehuelches. La conseguimos nos instalar em uma hospedagem bem confortável onde pudemos cozinhar e preparar um jantar digno de vencedores, afinal completamos 150 km e ganhamos dois dias na programação.


29/12/2017 – Villa Tehuelches a Punta Arenas  - ( 100km)


Ruta 9
Mais um dia que vencemos a barreira dos 100km, apesar de termos planejado fazer um percurso de 42 km até piliphi,  fomos favorecidos inicialmente  pelo vento e  chegamos as 12:30 hs no destino planejado. Sem dúvida, continuamos o pedal, agora enfrentado as quatro estaçoes do ano que se alternavam de tempos em tempos. Faltando 20 km para chegar em Punta Arenas , a coisa piorou ,viramos a curva e demos de cara com o vento , bem de frente e com toda a força além de entrarmos na zona urbana de Punta Arenas, acabamos tendo que  descer das bikes e levar empurrando um bom trecho
a força do vento era tão grande que nós não conseguíamos nos manter em uma linha reta e como havia muito trafego de veículos, corríamos o risco de entrar na pista sem controle e acabar causando algum acidente. Seguimos em direção da orla onde acessamos uma ciclovia que nos levou para o centro da cidade. Chegamos com 3 dias de antecedência em Punta Arenas, Já havíamos feito uma pré reserva em um flat , então seguimos até este flat para ver se conseguíamos antecipar nossa estada, porém não conseguimos contatar nenhuma pessoa , então resolvemos cancelar a reserva e seguir para a Hospedagem Independência que foi a indicação que nos deram. Chegamos lá e fomos recebidos pelo sr Eduardo ,muito simpático nos deixou bem a vontade e rapidamente estávamos instalados e ainda fomos convidados a participar de um jantar coletivo que ele estava preparando, no caso um prato típico chamado curanto.  Punta Arenas foi o local escolhido para passarmos a virada de ano, e o local em que a nossa amiga cicloturista de são Paulo,  a Elisa, viria para nos acompanhar na viagem até Ushuaia. 


30/12/2017 – Punta Arenas

Dia para passear e conhecer a cidade, fomos a zona franca , um local que reúne diversas mega lojas, e que a principio suas mercadorias são livres de taxas. Na verdade não vimos nade em especial nos preços a ponto de justificar o nome zona franca, mas acabamos fazendo umas comprinhas para não perder o costume. Um fato curioso foi que tivemos nosso primeiro caso de discórdia com um chileno, acontece que pegamos um taxi comum para voltar para a hospedagem e na hora de pagar o taxista me cobrou 5.000 pesos , diferentemente dos 3.000 pesos que pagamos na corrida da ida . Questionei pois ele deveria ter ligado o taxímetro e não o fez,  quis cobrar de forma aleatória, foi quando eu o intimei e disse que pagaria apenas 3.000. Sem pestanejar ele reduziu para 4.000 , foi quando eu resolvi que pagaria só o 3.000 e ponto final. O taxista sabendo que havia usado de má fé preferiu ir embora e não discutiu mais.


31/12/2017  - virada do ano em Punta Arenas

churrasco cordeiro 
Dia de festa, vamos participar da ceia de ano novo na hospedagem, parrilla de cordeiro.Me empenhei em ajudar o Sergio , um amigo do Eduardo que estava trabalhando como free lancer na hospedagem e seria ele o churrasqueiro. Fizemos uma boa arrumação na garagem onde seriam reunidas as pessoas para a ceia de ano novo. Acompanhei toda a preparação e corte do cordeiro que veio inteiro e foi devidamente esquartejado e colocado em um unico e grande espeto. O fogo foi acesso muito cedo e logo que estava ardendo em brasas o Sergio colocou o cordeiro que passou a ser vigiado por mais de 4 horas até estar bem dourado e suculento e poder ser servido para todos os hospedes . Foi realmente um privilégio podermos participar de uma parrilla de cordeiro tradicional chilena comemorando com muita alegria e descontração nossa passagem de ano.


01/01/2018 – Punta Arenas, primeiro dia do ano.

Primeiro dia do ano,  estávamos em plena férias das férias, sem nenhuma preocupação exceto conseguir uma forma de baixar um trak log do circuito de  trekking de Dientes de Navarino em meu GPS. Dientes de Navarino  fica na ilha de Navarino , e seu principal acesso é por  Puerto Willians a cidade chilena mais ao sul do continente. Acontece que estava em nossa programação realizar este trekking assim que chegássemos em Ushuaia, seria fundamental termos este trak log.
trekking  dientes de navarino


Foi quando o Eduardo me apresentou o Gabriel que além de conhecer Dientes de Navarino sabia como baixar o track log no gps. Foi nossa salvação pois sem esta providencia iriamos estar na dependência de demarcações na trilha que não sabíamos se teriam ou não. Tinhamos ainda muito a comemorar , hoje repetiríamos a dose do cordeiro assado, só que desta vez a minha  moda, compramos no dia anterior um quarto de cordeiro para podermos fazer no forno a lenha. Após temperar apenas com sal e uma pitada de  pimenta , usamos um papel alumínio que tínhamos levado para servir de  corta vento, , envolvemos o cordeiro no alumínio e levamos ao forno. Depois de 3 horas estava pronto o melhor cordeiro que já havia comido, na minha opinião ganhou até do feito na churrasqueira no dia anterior. 

Chamamos o Eduardo e o Sergio para que 
provassem o cordeiro a nossa moda, eles ficaram surpresos com o sabor e maciez que ficou. Depois do almoço só nos restou descansar.



02/01/2018 -  Punta Arenas a Porvenir – barco


cesar,eduardo,dora,sergio,re,kathy,elisa
Logo cedo peguei um taxi e fui até o porto Muele três puentes para comprar os ingressos para a travessia do Estreito de Magalhaes que faríamos as 17:00 horas. Hoje também era o dia da chegada da Elisa Flores, que veio do Brasil para acompanhar-nos até Ushuaia. Para ela seria uma surpresa ter que partir assim que chegasse na hospedagem, é que na realidade  estávamos antecipando nossa partida para Porvenir, isto porque não haveria barco no dia seguinte pela manhã o que faria com que perdêssemos um dia da programação. 
Diferente do primeiro dia em fomos na zona franca, hoje ao pegar o taxi usei uma modalidade de taxi circulante, neste caso sai bem mais barato pois a corrida tem um preço fixo de 500 pesos por pessoa , se eu fosse usar um taxi comum pagaria 3.000 pesos as mesma corrida. Em menos de uma hora fui até o porto, que fica ao lada da zona franca, e voltei com o bilhetes, inclusive o da Elisa que chegou minutos depois do meu retorno. Fizemos uma festa de boas vindas porém tínhamos um problema, a bike da Elisa não chegou no desembarque. 
Estr. Magalhães  -Porto em Porvenir

Não seria problema termos que ficar um dia a mais em Punta Arenas , mas isto iria atrapalhar e muito , uma vez que tínhamos que antecipar em um dia nossa chegada em Ushuaia  pois reformulei a nossa programação para podermos fazer o trekking Dientes de Navarino em 5 dias , e não em 4 como era inicialmente previsto. Se não partíssemos hoje, teríamos que ganhar dois dias, e não seria fácil pois  as distancias já estavam no limite de cada dia. 

Resumindo, fizemos uma força tarefa em que o Eduardo ajudou muito, entramos em contato com a companhia aérea diversas vezes até sensibilizar um operador que se prontificou a resolver nosso problema. Por fim saímos da hospedagem sem a Elisa, pois a bike ainda não havia chegado, tínhamos uns 6 km de percurso até o porto, saímos com uma leve chuva e ficamos na torcida pois o operador da companhia aérea estava vendo de levar a bike direto para o porto . Dito e feito assim que chegamos no porto encontramos a Elisa, que foi de taxi, e junto com nós chegou um carro carregando a bike dela. Ufa..., agora ainda tínhamos que desembalar e montar a bike,  tínhamos uns 30 minutos até o embarque.
Tudo certo, embarcamos e fizemos a travessia do Estreito de Magalhaes, uma travessia bem tranquila em um barco confortável onde as meninas, agora 4, não pararam de falar um minuto empolgadas com novidades, para não dizer fofocas, trazidas do Brasil. As 19:00 já estávamos em Porvenir, rodamos a pequena cidade a procura de hospedagem, e entre umas três que olhamos acabamos na que mais agradou entre custo e beneficio e lá ficamos.
  

03/01/2018 – Porvenir ao passo San Sebastian – parcial Estancia Armonia. (66km) 
          
Hoje o destino era um abrigo, no meio do caminho, onde havia passado a Carol Emboava, uma cicloturista brasileira que viajou por 4 anos fazendo toda a américa do sul. Saimos em baixo de chuva, e sabíamos que seria um dia duro pois teríamos só ripio e boas subidas pela frente. Como todo inicio de pedal a Elisa ainda estava se adaptando com sua bike e sua carga, então ela vinha mantendo um ritimo mais lento  que os outros do grupo. Fizemos uma reunião o definimos que cada um faria seu ritimo , e de tempos em tempos parariamos para reagrupar. 
 Seguimos em frente, eu Regina e Kathy um pouco mais forte que a Dora e a Elisa, e depois de uma hora paramos para espera-las.
ruta Y71 -Abrigo "Carol"

 Considerando as diferenças de ritimo sabíamos que seriam necessário no máximos uns 10 a 15 minutos de espera para o reagrupamento. Estava muito frio , chovendo e ventando e cada vez que parávamos para esperar era um sofrimento. Em uma das paradas depois de 10 minutos pedi para a Regina e Kathy seguirem até encontrarem um abrigo pois estava insuportável o frio ali no descampado onde nos encontrávamos. Foi ai que veio meu primeiro stress, fique mais de meia hora esperando, além de ter andado uns 2 km  pé voltando o caminha afim de ver avistava as duas que estava atrás. Já estava quase desitindo quando apareceu a Dora, sozinha. Onde esta a Elisa ?? perguntei já meio irritado e preocupado. A Dora responde que não a via há muito tempo e não sabia de seu paradeiro. Resumindo, não tínhamos outra alternativa senão seguir até encontra as meninas e pensar no que fazer. Depois de uns 10 km encontramos as meninas em um abrigo , um casebre na beira da praia que só servia para proteger da chuva ,mas que entrava vento por todos os lados e não nos aquecia. Tinhamos um problema, onde esta a Elisa??



guanaco
 Enquanto esperávamos fizemos um reparo no bagageiro da Dora, bagageiro este que era o causador de discórdias, pois ela insistia em tentar arruma-lo e cada vez que ela parava para fazer algum ajuste ela ficava mais para traz e atrasava o grupo. Depois de mais de uma hora no casebre , apareceu a Elisa, segurando seu paralamas na mao disse que teve problemas com a peça e teve que remove-lo e para isso desmontar toda a bagagem da bike e remontar, causando aquele enorme atraso.  O dia ainda estava começando, tínhamos muito que pedalar  até chegarmos no abrigo esperado. O tempo melhorou se seguimos cada um no seu ritimo tendo como próximo ponto de encontro o abrigo, chamado de abrigo da Carol. Chegamos um a um no abrigo e tivermos uma grande decepção, além de ser muito pequeno, não caberíamos todos lá dentro, estava muito sujo e não animava em nada se instalar por ali. Todos reunidos novamente, descansamos um pouco e seguimos viagem sabendo que deveríamos aproveitar o primeiro local abrigado e que tivesse agua para passarmos a noite. Pedalamos uns dois km e entramos em uma estancia, onde fomos hostilizados, sequer nos deram agua dizendo que fossemos na próxima estancia pois ali não poderiam nos ajudar. Indignados seguimos em frente e mais uns dois km , outra estancia. Desta vez as meninas ficaram na estrada , eu peguei todas a caraminholas coloquei em uma sacola e fui até a sede da estancia, a uns dois km da estrada. Chegando lá , primeiro pedi agua, que me foi cedido gentilmente ela caseira da estancia. Depois de garantir a aqua , pedi abrigo e foi quando ela disse que deveria falar com o capataz sr Eugenio. Sai carregando as aguas em direção a sede e antes mesmo de chegar no portao fui recepcionado por cidadão tipo alemão com seu 1.90mts um avosão, sr Eugenio,  que nem esperou eu pedir e já antecipou-se dizendo que se eu quiser abrigo ele teria uma áreas para acampar . Aceitei e complementei que seria para mim e mais quatro “chicas” , ele olhou espantado e com um largo sorriso disse que não teria problemas. Me levou até a área, um local bem fechado com arvores e ainda tinha um a casa de bonecas, feita em madeira e com ares que que as crianças estiveram por ali há poucos dias. Deixei minhas bagagens e as aguas e fui ao encontro das meninas que aguardavam ansiosas. De longe me avistaram e viram que eu estava sem os alforjes, então já começaram a vir em meu encontro. Armamos o acampamento, fizemos um belo jantar e agradecemos muito por termos aquele local abrigado para passar mais aquela noite.  Deixando os perrengues para lá, temos que lembrar que foi um dia especial no tocante ao contato com os guanacos, existentes em abundancia neste trecho da viagem.   Guanacos (Lama guanicoe) é um camelídeo nativo da América do Sul, cuja altura varia entre 107 e 122 cm. Pesa cerca de 90 kg. A cor varia muito pouco (ao contrário da lhama), variando de um marrom-claro a um mais escuro e canela para sombreamento, com pelagem branca no tórax e no abdômen ( wikipédia) 


04/01/2018 –  Estancia  Armonia até Onaisin  ( 35 +30km)

Hoje sabíamos que seria mais tranquilo, pois até onaisin faltariam 35 km. O Onaisin nada mais é do que um ponto de referencia no mapa e que tem um abrigo para ciclistas, mais nada. Ocorre que Onaisin é a bifurcação que determina se vamos seguir para o passo San Sebastian ou para o passo Bela Vista. O dois passos nos levam a cidade de Rio Grande, porem por Bela Vista além de ser só rípio são 70 km a mais .
onaisin - casa do ciclista

colonia Pinguin del Rey 
A vantagem de quem vai pelo passo Bela Vista é que no caminho, a 15 km de Onaisin, fica o Parque Nacional Pinguim rey.  Chegamos em Onaisin bem cedo, antes do meio dia , onde encontramos a casa do ciclista , nada mais que  um galpão fechado mas que era tudo que precisaríamos para uma boa noite de sono. Tinhamos tempo suficiente para ir até o parque pinguin rey e voltar para dormir ali mesmo na casa do ciclista, então não tivemos duvida, seguimos até o parque em um terreno razoavelmente plano e com pouco vento contra, em uma hora já estávamos lá. Compramos os ingressos, (12.000 CL /pp ) e entramos no parque. Primeiro recebemos algumas explicações e orientações sobre o parque e a colônia de pinguins, e depois pudemos ir apreciar o local. Uma experiência única, poder ver a convivência dos pinguins em seu habitat natural , valeu o preço e a pedalada. Depois de mais de uma hora curtindo os pinguins, fizemos um lanchinho com bolachas e atum e seguimos de volta para Onaisin para  a casa do ciclista. Para nossa surpresa quando chegamos a casa já estava tomado por outros cicloturistas. Tinha o Mauricio Brasileiro de são Paulo e mais três Italianos. O Mauricio ainda não tinha desmontado suas bagagens e acabou que preferiu seguir viagem, afinal de contas não ia term muito espaço no galpão pra tanta gente. Assim que cheguei fui conversando com os italianos e fui dar uma olhada se eles já estavam instalados, batata, estavam com tudo arrumadinho para passarem uma ótima noite de sono em um lugar abrigado e exclusivo, mas quando eu disse que iria ficar lá, eles não ficaram muito felizes, e a coisa piorou quando eu disse que ainda tinham mais 4 chegando...ufa..os italianos esbugalharam os olhos com um ar de decepção que deu dó, afinal havíamos acabado de tira-los do sossego. Logo as 
pinguin Rey
meninas foram chegando e tentamos ao  máximo nos confraternizar e deixar o clima amistoso e podermos compartilhar o abrigo. Tivemos que agir sem reservas, pois tínhamos que ocupar o espaço que eles já dominavam. Por fim ficamos com 1/3 da cabana para nós, onde inicialmente usamos para preparar nosso jantar. Como não caberiamos todos no abrigo, armamos a minha barraca , de três pessoas, onde eu a Re e a Dora ficamos, e  kathy e a Elisa ficaram no abrigo com os italianos. Neste dia ventava muito forte, então não tínhamos como abrir mao daquele pequeno espaço, e coube aos italianos ceder , pois afinal aquele espaço é destinado a todos que queiram se hospedar, sem restrições de e vagas demarcadas, ninguém é dono do local.
Depois de todos acomodados fomos dormir , e nossa barraca foi submetida a um super teste de vento e passou.


05/01/2018 – Onaisin a paso San Sebastian.


Bem cedo já estava acordado, sai da barraca achando que os italianos já tivessem partido, mas que nada, estavam dormindo e bem tranquilos no quentinho do abrigo. Não tive dúvida, bati na porta para acordar as meninas e liberar a área para o café da manhã, então por tabela acordamos os italianos .
Enquanto tomávamos nosso café , os italianos arrumaram suas coisa e saíram, não foram das melhores companhias que já tivemos, estavam enfurecidos e não conseguiram ser muito simpáticos o tempo todo.
Seguimos para o passo San Sebastiam, eram 12:30 já estávamos na aduana chilena. Antes de passar pela aduana paramos em um pequeno restaurante e comemos um bom lanche de hambúrguer com coca cola.
abrigo aduana argentina - Paso San Sebastian
Assim que saímos da aduana , meu bagageiro quebrou e tive que voltar para arruma-lo. Como as meninas estavam na frente e não tinham me visto ficar para traz, então pedi para um motoqueiro brasileiro que avisasse as meninas que eu poderia demorar, mas que elas me aguardassem na aduana argentina. Tive que desmontar toda a bagagem e refazer meu bagageiro, uma obra de arte e em meia hora estava saindo. Foram 14 km até o passo San Sebastian que com a ajuda do super vento a favor fiz em memos de meia hora.
Todos carimbado o passaporte entrando na Argentina, e durante o processo o policial que nos atendeu nos ofereceu as instalações do posto aduaneiro, destinadas a atender viajantes. Teriamos banho quente , cozinha e abrigo free, poderiamos ficar ali aquela noite e seguir no dia seguinte. Apesar de ser muito cedo, tipo 2 horas  da tarde, poderíamos seguir viagem mais uns 30 km tranquilamente, mas resolvemos ficar pois teríamos um conforto mais  garantido naquela noite não precisaríamos dormir na estrada
Foi muito especial estar nesta aduana, fizemos grande amizade com os zeladores do abrigo, e ainda quando já estávamos nos ajeitando para dormir chegou um casal de franceses para compartilhar o espaço.

06/01/2018 - Paso San Sebastian a Rio Grande  ( 87 km )


Antes das 8:00 já estávamos partindo, fizemos os primeiros 50 km em duas horas , o vento e o terreno anjudaram e muito. Paramos e fizemos um lanchinho e seguimos mais 37 km até Rio Grande. Uma cidade bem ajeitada, avenidas largas  e uma ciclovia desde a entrada da cidade até o centro pela orla da praia.  Procuravamos por um restaurante e uma pousada, foi quando na praça central conversamos com dois agentes públicos de segurança que foram demais de atenciosos e nos indicaram mas melhores opções que teríamos . Seguimos procurando a opção um, pousada.............., encontramos mas estava completa . Aproveitamos que estávamos ao lado do restaurante e almoçamos um super lanche especialidade da casa. Após o almoço saímos a procura do albergue municipal, encontramos mas estava fechado , ai as possibilidades estavam se esgotando e localizamos pelo GPS mais duas opções, a acabamos ficando na hospedagem Rawson, um pouco sinistra pois parecia mais um local de imigrantes clandestinos que viviam ali em quartinhos que se espalhavam por um imenso terreno comprido e estreito.  Recebemos um quarto com lugar para umas dez pessoas, então para nós estava ótimo e lá ficamos. Depois das compras de mercado, as meninas prepararam um ótimo jantar, saboreamos com a tradicional companhia de um bom vinho tinto e fomos dormir.


07/01/2018 -  Rio Grande a Tolluin  ( 109 k m)


Sabiamos que o dia seria comprido, e que deveríamos aproveitar a parte da manhã para pedalar o máximo possível para evitar o vento, que geralmente  ali  começava a soprar mais forte depois das 11:00 horas.  As 6horas da manhã já estávamos pedalando, o sol nascendo e um brilho no céu espetacular. Fizemos o percurso em um bom ritmo , mantendo uma média de 18km/hora chegamos para almoçar em Tolluin.  Aqui a estada já era certa, ficamos na Panaderia  La Union  que possui  uma casa de ciclista mantida pelo sr. Emilio  proprietário da Panaderia 
Panaderia La Union - Casa de Ciclista
famosa pelas sua especialização de produzir as melhores “Facturas” da região , assim são chamados as diversas variedades de pães doces ali produzidas. O Emilio além de empresário de sucesso é um  de aventureiro  amante do ciclismo e mantem um enorme espaço para abrigar cicloturistas de todo o mundo . Durante nossa viagem praticamente todos os cicliotuirstas que encontramos estiveram ou iriam ficar na Panaderia de Tolluin.
Nada como estar em uma casa de ciclistas, tivemos a oportunidade de conhecer vários outros viajantes e compartilhar um  poucos das histórias de cada um, incluindo o Mauricio, paulista que havíamos encontrado em Onaisin antes do Paso San Sebastian.


08/01/2018  -  Tolluin a Ushuaia  ( parcial cabanas no caminho 50 km )


Faltavam 110km  para chegarmos em Ushuaia, estávamos ansiosos pois afinal de contas o fim do mundo estava próximo demais.  Tomamos um bom café da manhã na panaderia e saímos sabendo que hoje ficaríamos no meio do caminho em um hotel abandonado há 50km dali e antes do famoso passo Garibaldi.
Cabanas - Laguna  Escondida
Vencemos os 50 km muito tranquilamente, e chagamos no tal hotel abandonado. Entrando em um estradinha de terra, paralela a rodovia chegamos ao hotel e suas cabanas abandonadas, umas 10, das quais apenas uma estava em condições de uso.  Nos apossamos da cabana e fizemos uma boa limpeza  , alguns reparos em portas e janelas e nos acomodamos para ali passar mais uma noite. Estas  cabanas ficam as   margens do Lago Escondido, em um local muito privilegiado pela sua paz e beleza, o que não da para entender o fato de estar abandonado daquele jeito. Segundo um local que estava passando por ali, aquilo foi uma briga politica que inviabilizou o projeto pondo tudo a perder.


09/01/2018 -  chegando em Ushuaia ( 60 km )


Paso Garibaldi
80º dia de viagem, saímos as 9:00 horas, com o desafiador paso Garibaldi pela frente, afinal o ultimo dia de pedal  não poderia ser qualquer dia. Quase 400 mts de ascensão em 8 km,   chegar no topo e poder contemplar a maravilhosa vista do vale com o Lago Escondido aos nossos pés não tem preço. O dia estava maravilho , temperatura agradável sem vento e um visual deslumbrante nos levou em pouco mais de 4 horas até o Ushuaia.  Todo planejamento da cicloviagem foi feito sem fazer reservas de hospedagens, exceto no Parque Nacional Torres del Paine que era obrigatório a reserva e aqui em Ushuaia que julgamos importante estar com local reservado em nossa chegada.


Laguna Escondida

Como planejamos durante a viagem conseguimos chegar um dia antes em  Ushuaia ,porem não conseguimos antecipar nossa estadia no Yakushi hostel onde tínhamos reserva, então fizemos uma reserva pelo Booking em um apart-hotel “Bien al Sur”  recém inaugurado,um pouco afastado do centro mas as instalações eram ótimas e para uma noite estava muito bom.  Fomos ao Hostel Yakush para confirmar se poderíamos deixar nossas bagagens e as bicicletas durante o período que estaríamos fazendo o trekking na ilha de Navarino. Isso mesmo, nossa cicloviagem não terminou no Ushuaia, tínhamos ainda uma semana pela frente para irmos até Puerto Willians na Ilha de Navarino ,chile, e lá realizarmos o tão esperado e desafiador trekking Dientes de Navarino que vamos falar mais adiante. Tudo certo , tínhamos agora que organizar nosso cronograma para fazer uma nova etapa da cicloviagem , agora sem as bikes.




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Ainda não acabou........


Esta cicloviagem teve uma diversidade incrível de experiências e acontecimentos diferentemente das outras cicloviagens que já fizemos, principalmente pelo fato de termos aproveitado mais o tempo em paradas mais prolongadas e pela realização de diversos trekkings no caminho. Sem dúvida tivemos um volume imensurável de aprendizado e por isto valorizamos este estilo de viagem com liberdade para conquistar a cada dia uma nova etapa e viver intensamente cada minuto que passamos. 




NOVO
já foram publicados os filmes do trekking Dientes de Navarino,  abaixo segue mapa de localizaçao, circcuito e altimetria ( ilustração e foto para simples orientaçao).
Por enquanto ficamos devendo o relato pessoal deste trekking, estamos partindo para outra cicloviagem e não deu tempo de terminar esta edição, desculpem-nos.











🔁  Dados interessantes

94 dias total da viagem -  ( 19/10/17 a 20/01/18)
48 dias de pedal - ( 2876 km , 60km/dia)
22 dias de trekking - ( 255 km, 12km/dia)
24 dias de folga


🔁  Principais atrações e parques

-El bosque Tallado– El Bolson ( AR) ...trekking 2.7
-Pque Nacional Los Alerces  – Laguna Chiguai – Cholila ( AR)...bike
-Tulipanes – Trevellin ( AR) ... passeio
-Res. Nac. Futaleufú – Rio Futaleufú – Futaleufu ( CL) ..bike
-Carretera Austral– ruta 7 ( de Santa Lucia a Villa O`Higgins ) ( CL) ..bike
-Pque Nacional Quelat , ventisqueiro Colgante – Puyuhuapi ( CL) .trekking 7.0
-Res. Nac. Rio Simpson – rio Simpson (CL) ...bike
-Res. Nac. Coihaique– Coihaique (CL)..trekking(não
-Res. Nac. Cerro Castillo – Cerro Castillo ( CL)..trekking 14. 
-Puerto Tranquilo-  Lago General Carrera .bike
-Puerto Tranquilo- Caplilas de marmol ...passeio
-Puerto Tranquilo- Glacial exploradores..trekking10 
-Confuencia- Rio Baker e Rio Nef – (Puerto Beltrand ) .passeio
-Res. Nac. tamango – Cochrane – (CL) ..trekking 7.0
-Caleta Tortel– Parq. Nac. laguna San Rafal -  ( CL).trekking 7.7
-Villa O`higgins – Cerro bandeira ...trekking 4.0
-Villa O`higgins- Glacial Submarino-.trekking 17. 
-Lago O`Higgins- Paso Candelario Mancilla  (CL) .barco
-Lago Dieserto- travessia paso Dos Lagunas (AR)
-El chaltenCerro Fitz Roy ....trekking 10.
-El chalten   lagunas madre e hifa .trekking18,    
-El chalten  - Cerro torre  .. trekking 14
-El Calafate  - Perito moreno ....passeio
-Parq. Nac. torres Del paine  (CL)-..trekking  75.
-Puerto Natales  (CL) Caverna do milodon ..passeio ( não realizado)
-Punta Arenas (CL)– Travessia Estreito de Guimarães . barco
-Pque nac Pinguin rey  (CL) - baia Inutil .. passeio
-Panaderia La Union  Tolluin – (AR)
-Paso Garibaldi - laguna escondida (AR)...bike
-Ushuaia  – Travessia canal de Beagle (AR) . barco
-Puerto Willians           
-Ilha de Navarino( CL) – Dientes de Navarino  .trekking 56. 
-Pque Nac. ushuaia (AR) ..passeio

🔁 Gastos por pessoa em US$

Mercado us$ 769
Restaurantes us$ 372
Hospedagens us$ 931 ( 48 x)
Campings us$ 256  ( free 20x , pago 26x)
Transportes us$ 365
Parques e atrações us$ 657
Diversos  us$ 64
Total us$ 3088
Valor por dia us$ 32.85


🔁 LISTA BAGAGENS/PESO




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